domingo, 23 de maio de 2010

Mieloma Múltiplo


O mieloma múltiplo é um cancro que tem origem nas células plasmáticas, um tipo de glóbulos brancos.
O mieloma, à semelhança dos outros cancros, tem origem nas células, a unidade básica do organismo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células à medida que o organismo delas necessita. Quando as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células. No cancro, este processo ocorre de forma desordenada e as células continuam a dividir-se mesmo quando não são necessárias. Assim formam-se novas células sem que o organismo delas necessite, e sem que as células envelhecidas morram quando deviam. Este excesso de células pode dar origem à formação de uma massa de tecido a que se dá o nome de neoplasia ou tumor.
O mieloma desenvolve-se quando uma célula plasmática se torna anómala. As células anómalas dividem-se para formar cópias de si próprias. As novas células dividem-se uma e outra vez, produzindo mais e mais células anómalas. As células plasmáticas anómalas são as células do mieloma. Estas células produzem anticorpos designados por proteínas monoclonais (M).
Com o tempo, as células de mieloma acumulam-se na medula óssea impedindo o desenvolvimento normal das células sanguíneas. As células de mieloma também se acumulam na parte sólida do osso. A doença é designada por “mieloma múltiplo” uma vez que afecta múltiplos ossos. (Se as células do mieloma apenas se acumularem num osso, essa “massa única” recebe o nome de plasmacitoma.)
As células de mieloma (células plasmáticas anómalas) produzem proteínas monoclonais.
O mieloma múltiplo é o tipo mais comum de tumor das células plasmáticas. Nesta secção não são abordados outros tipos de tumores das células plasmáticas.

O mieloma múltiplo não é um carcinoma dos ossos.
Apesar de afectar os ossos, mieloma múltiplo tem origem nas células sanguíneas e não nas células do osso.
O cancro ósseo é uma doença diferente. Tem origem nas células ósseas e não nas células sanguíneas.
O cancro ósseo é diagnosticado e tratado de forma diferente do mieloma múltiplo.




Sintomas:



- Dor nos ossos



- Fracturas (ossos partidos) espontâneas



- Sentir-se fraco e muito cansado



- Infecções e febre frequente



- Perda de peso



- Náuseas ou prisão de ventre.




Factores de risco:

- Idade: O avançar da idade aumenta a probabilidade de desenvolver mieloma múltiplo. A maioria dos casos de mieloma é diagnosticada em pessoas com mais de 65 anos. Esta doença raramente ocorre antes dos 40 anos de idade.



- Etnia. O risco de mieloma múltiplo é mais elevado nos afro-americanos e mais baixo nos asiático-americanos. Desconhece-se a razão para esta diferença entre grupos étnicos.



- História de gamapatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI): A GMSI é uma afecção em que as células plasmáticas anómalas produzem níveis baixos de proteínas M. A GMSI é uma doença benigna, mas aumenta o risco de desenvolver mieloma múltiplo.



Diagnóstico:



- Análises ao sangue: O laboratório determina o nível de células sanguíneas e de outras substâncias no sangue. O mieloma faz aumentar o nível de células plasmáticas e de cálcio. A maioria das pessoas com mieloma tem anemia. O mieloma também faz aumentar o nível de algumas proteínas, como a proteína M, a beta-2-microglobulina, entre outras.



- Análises à urina: O laboratório avalia e quantifica os níveis de proteína de Bence Jones, um tipo de proteína M, na urina durante 24 horas.Se os níveis desta proteína estiverem elevados, a sua função renal deverá ser vigiada, uma vez que esta pode obstruir e danificar os rins.
- Raios X: Pode realizar uma radiografia para detectar as lesões típicas do mieloma múltiplo, bem como a existência de fracturas.



- Biopsia óssea: O médico recolhe tecido para procurar células cancerígenas. A biopsia é a única forma segura de saber se existem células de mieloma na medula óssea. É colhida uma amostra de medula óssea a partir do osso ilíaco, mediante anestesia local, para diminuir o desconforto. O patologista determina a existência de células cancerígenas, através de observação microscópica da amostra de medula óssea.



- Aspiração da medula óssea: O médico utiliza uma agulha fina para recolher amostras de medula óssea.



- Biopsia óssea: O médico utiliza uma agulha grossa para recolher uma pequena quantidade de osso.



Tratamento:

A escolha do tratamento depende sobretudo do estádio da doença e dos sintomas que o doente apresenta. O estado de saúde do doente será avaliado regularmente para se dar início ao tratamento quando o médico julgar pertinente. Por vezes, o transplante de células estaminais ou radioterapia fazem parte do plano de tratamento. O médico pode descrever as opções de tratamento e os resultados esperados para cada uma delas. O doente e o médico podem trabalhar em conjunto na elaboração de um plano de tratamento adaptado às necessidades do doente.

Transplante de células estaminais:

Alguns doentes com mieloma múltiplo são submetidos a um transplante de células estaminais. O transplante de células estaminais obriga a que o doente receba doses elevadas de quimioterapia, radioterapia ou ambas. As doses elevadas destroem tanto as células do mieloma como as células sanguíneas normais na medula óssea. Depois disso, o doente recebe células estaminais saudáveis através de uma veia de grande calibre. A partir das células estaminais transplantadas irão desenvolver-se novas células sanguíneas.



- Transplante autólogo de células estaminais: Neste tipo de transplante utilizam-se as células estaminais do próprio doente após realização do tratamento para o mieloma. As células estaminais são retiradas do doente. Estas podem ser tratadas para matar as eventuais células de mieloma que possam estar presentes. As células estaminais são congeladas e armazenadas. Depois de o doente ter recebido doses elevadas de tratamento, as células estaminais armazenadas são reinfundidas no doente.



- Transplante alogénico de células estaminais: Neste caso, as células estaminais saudáveis são provenientes de um dador. O dador pode ser um familiar directo ou uma pessoa compatível, embora sem qualquer grau de parentesco. Para garantir que as células do dador são compatíveis com as do doente, realizam-se análises ao sangue.



- Transplante singénico de células estaminais: Este tipo de transplante utiliza células estaminais de um irmão gémeo (gémeo verdadeiro) do doente.


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