sábado, 22 de maio de 2010

Cancro da mama

O cancro da mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário.
O cancro da mama apresenta-se, muitas vezes, como uma massa dura e irregular que, quando palpada, se diferencia do resto da mama pela sua consistência.
O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres. Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, e 1500 mulheres morrem com esta doença.
O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só por ser muito frequente, e associado a uma imagem de grande gravidade, mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e na feminilidade.
Mas não é só na mulher que aparece o cancro da mama. Por exemplo, em Portugal, cerca de 1% de todos os cancros da mama são no homem.
Factores de risco:
- Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o aumento da idade; uma mulher com mais de 60 anos apresenta maior risco. O cancro da mama é menos comum antes da menopausa.

- História pessoal de cancro da mama: uma mulher que já tenha tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter esta doença na outra mama.

- História familiar: o risco de uma mulher ter cancro da mama está aumentado se houver história familiar de cancro da mama, ou seja, se a sua mãe, tia ou irmã tiveram cancro da mama, especialmente em idades mais jovens (antes dos 40 anos); ter outros familiares com cancro da mama, do lado materno ou paterno da família pode, também, aumentar o risco.

- Algumas alterações da mama: algumas mulheres, apresentam células mamárias que parecem anormais, quando vistas ao microscópio; ter determinado tipo de células anormais, como sejam a hiperplasia atípica ou o carcinoma lobular in- situ , aumenta o risco de cancro da mama.

- Alterações genéticas: alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama; em famílias onde muitas mulheres tiveram a doença, os testes genéticos podem, por vezes, demonstrar a presença de alterações genéticas específicas. Assim sendo, em mulheres que apresentem estas alterações genéticas, podem ser sugeridas medidas para tentar reduzir o risco de cancro da mama e melhorar a detecção precoce da doença.

- Primeira gravidez depois dos 31 anos

- História menstrual longa: mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), tiveram uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos (nuliparidade), apresentam um risco aumentado.

- Terapêutica hormonal de substituição: mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa (apenas com estrogénios ou estrogénios e progesterona), durante 5 ou mais anos após a menopausa parecem, também, apresentar maior possibilidade de desenvolver cancro da mama.

- Raça: o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.

- Radioterapia no peito: mulheres que tenham feito radioterapia ao peito, incluindo as mamas, antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama; esta situação inclui mulheres com linfoma de Hodgkin que foram tratadas com radiação - estudos publicados demonstram que, quanto mais nova era a mulher, na altura dos tratamentos com radioterapia, mais elevado é o risco de vir a ter cancro da mama.
- Densidade da mama: mulheres mais velhas que apresentam, essencialmente, tecido denso (não gordo) numa mamografia (raio-X da mama), têm risco aumentado para cancro da mama.

- Obesidade após a menopausa: as mulheres que são obesas, após a menopausa, apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama. A obesidade está relacionada com uma proporção anormalmente elevada de gordura corporal; tendo em conta que o corpo produz alguns estrogénios (hormona feminina) no tecido gordo é, assim, mais provável que as mulheres obesas apresentem níveis elevados de estrogénios e, consequentemente, risco aumentado para cancro da mama. Alguns estudos demonstram que o aumento de peso, após a menopausa, aumenta o risco de cancro da mama.

- Inactividade física: mulheres que são fisicamente inactivas, durante a sua vida, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama; estar fisicamente activa pode ajudar a diminuir este risco, através da prevenção do aumento de peso e da obesidade.

- Bebidas alcoólicas: alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da mama.

Sintomas:

O cancro da mama pode causar alterações físicas visíveis, que devem ser observadas com atenção:

- Aparecimento de nódulo/endurecimento da mama ou debaixo do braço (na axila);
- Mudança no tamanho ou no formato da mama;
- Alteração na coloração ou na sensibilidade da pele da mama ou da aréola;
- Corrimento pelo mamilo, com ou sem sangue;
- Retracção da pele da mama ou do mamilo.
- Sensibilidade no mamilo;


Diagnóstico:

O diagnóstico precoce do cancro da mama é fundamental, pois aumenta as hipóteses de cura. Evita que o cancro se espalhe para outras partes do corpo, favorecendo o prognóstico, a recuperação e a reabilitação.

Para que seja diagnosticado precocemente, é importante que:

- Faça um auto-exame das mamas mensalmente, após o período menstrual;
- Vá ao médico especialista em patologia mamária uma vez por ano;
- Participe em programas de rastreio.

O exame clínico da mama pode confirmar ou esclarecer o seu auto-exame.


Como é feito o diagnóstico do cancro da mama?

Para fazer o diagnóstico, o médico submeterá a mulher a um cuidadoso exame clínico e fará algumas perguntas sobre a história familiar. Fará também a palpação das mamas com as mãos, pois só assim poderá sentir a presença de um nódulo. O médico poderá solicitar alguns exames, tais como:

- Mamografia: o principal exame das mamas, realizado através de raios X específicos para examinar as mamas. Como é muito preciso, permite ao médico saber o tamanho, localização e as características de um nódulo com apenas alguns milímetros, quando ainda não poderia ser sentido na palpação.Faça uma mamografia de rotina sempre que solicitada pelo seu médico.

- Ultrassonografia (ecografia): deve complementar sempre a mamografia e informa se o nódulo é sólido ou contém líquido (quisto).

- Citologia aspirativa: com uma agulha fina e uma seringa, o médico aspira certa quantidade de líquido ou uma pequena porção do tecido do nódulo para exame microscópico. Esta técnica esclarece se é um quisto (preenchido por líquido), que não é cancro, ou de um nódulo sólido, que pode ou não corresponder a um cancro.

- Biópsia: procedimento (cirúrgico ou não) para colher uma amostra do nódulo suspeito. O tecido retirado é examinado ao microscópio pelo patologista. Este procedimento permite confirmar se estamos perante um cancro da mama.


Tipos de Cancro da mama:

- Carcinoma ductal “in situ” (CDIS): é o tumor da mama não invasivo mais frequente. Praticamente todas as mulheres com CDIS podem ser curadas. A mamografia é o melhor método para diagnosticar o cancro da mama nesta fase precoce.

- Carcinoma lobular “in situ” (CLIS): embora não seja um verdadeiro cancro, o CLIS é, por vezes, classificado como um cancro da mama não invasivo. Muitos especialistas pensam que o CLIS não se transforma num carcinoma invasor, mas as mulheres com esta neoplasia têm um maior risco de desenvolver cancro da mama invasor.

- Carcinoma ductal invasor (CDI): este é o cancro da mama mais frequente. Tem origem nos ductos e invade os tecidos vizinhos. Nesta fase pode disseminar-se através dos vasos linfáticos ou do sangue, atingindo outros órgãos. Cerca de 80 por cento dos cancros da mama invasores (ou invasivos) são carcinomas ductais.

- Carcinoma lobular invasor (CLI): tem origem nas unidades produtoras de leite, ou seja, nos lóbulos. À semelhança do CDI, pode disseminar-se para outras partes do corpo. Cerca de dez por cento dos cancros da mama invasores são carcinomas lobulares.

- Carcinoma inflamatório da mama: este é um cancro agressivo, mas raro.

Há ainda outros tipos de cancro da mama mais raros, como o Carcinoma Medular, o Carcinoma Mucinoso, o Carcinoma Tubular e o Tumor Filóide Maligno, entre outros.


Tratamento:

A escolha entre as diversas opções de tratamento depende do estádio da doença, do tipo do tumor e do estado geral de saúde da paciente.
Dependendo das necessidades de cada doente, o médico poderá optar por um ou pela combinação de dois ou mais tratamentos.
- Cirurgia: é o tratamento inicial mais comum e o principal tratamento local. O tumor da mama será removido, assim como os gânglios linfáticos da axila. Estes gânglios filtram a linfa que flui da mama para outras partes do corpo e é através deles que o cancro pode alastrar. Existem vários tipos de cirurgia para o cancro da mama, que são indicados de acordo com a fase evolutiva do tumor, a sua localização ou o tamanho da mama.

- Radioterapia: utiliza raios de alta energia que têm a capacidade de destruir as células cancerosas e impedir que elas se multipliquem. Tal como a cirurgia, a radioterapia é um tratamento local. A radiação pode ser externa ou interna.

- Quimioterapia: é a utilização de drogas que agem na destruição das células malignas. Podem ser aplicadas através de injecções intramusculares ou endovenosas ou por via oral.

Efeitos secundários:
- Náuseas e vómitos;
- Contagem baixa de células no sangue;
- úlceras na boca;
- diarreia.

Recuperação:

Muitas mulheres que têm, ou tiveram cancro da mama, têm medo que as alterações no seu corpo, afectem não só o seu aspecto físico, mas também o modo de sentir das outras pessoas; têm receio que o cancro da mama e o seu tratamento afectem o seu relacionamento afectivo e sexual. Muitos casais acham que ajuda falar sobre as suas preocupações, e que o aconselhamento ou participação num grupo de apoio para casais, pode ser útil.

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