domingo, 23 de maio de 2010

Leucemia


A Leucemia é uma doença maligna com origem nas células imaturas da medula óssea. A produção de glóbulos brancos fica descontrolada e o funcionamento da medula óssea saudável torna-se cada vez mais difícil, diminuindo progressivamente a produção de células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias.Existem vários tipos de leucemia caracterizadas pelo tipo de célula afectada. Pode ser aguda ou crónica dependendo da velocidade de proliferação das células leucémicas.
Leucemia crónica: no início da doença, as células sanguíneas anómalas ainda conseguem desempenhar a sua função, e uma pessoa com leucemia crónica pode não ter quaisquer sintomas. Lentamente, a leucemia vai piorando; vai causando sintomas, à medida que o número de células tumorais aumenta. Leucemia aguda: as células sanguíneas são muito anómalas e não conseguem desempenhar as suas funções. O número de células anómalas aumenta rapidamente. A leucemia aguda piora rapidamente.


Tipos de Leucemia:


Existem quatro tipos comuns de leucemia:


- Leucemia linfocítica crónica (leucemia linfoblástica crónica, LLC ): é responsável por cerca de 7000 novos casos de leucemia, todos os anos . Na maioria das vezes, a pessoa não apresenta sintomas. Esta doença é mais frequente depois dos 55 anos. Quase nunca afecta crianças.


- Leucemia mielóide crónica (leucemia mielogénica crónica, LMC ): é responsável por cerca de 4400 novos casos de leucemia, todos os anos . Afecta principalmente os adultos.


- Leucemia linfocítica aguda (leucemia linfoblástica aguda, LLA ): é responsável por cerca de 3800 novos casos de leucemia, todos os anos . É o tipo mais comum de leucemia, em crianças. Também afecta os adultos.


- Leucemia mielóide aguda (leucemia mielogénica aguda, LMA ): é responsável por cerca de 10600 novos casos de leucemia, todos os anos . Afecta tanto adultos, como crianças.


Factores de risco:


- Níveis muito elevados de radiação: pessoas expostas a níveis muito elevados de radiação, apresentam maior probabilidade de desenvolver leucemia. Na História Mundial, houve já situações em que os níveis de radiação foram muito elevados: no Japão, durante a 2ª Guerra Mundial, com a explosão da bomba atómica, e no acidente de Chemobyl, em 1986, numa fábrica de energia nuclear. Os tratamentos médicos que usam radiações, podem ser outra fonte de exposição elevada a radiações. No entanto, a radiação usada no diagnóstico, expõe a pessoa a níveis muito mais baixos de radiação, e não está ligada à leucemia.


- Trabalhar com determinados químicos: a exposição a níveis elevados de benzeno, no local de trabalho, pode causar leucemia. O benzeno é muito usado na indústria química. Também o formaldeído é usado na indústria química; os trabalhadores expostos ao formaldeído, também podem ter um risco mais elevado de ter leucemia.


- Quimioterapia: uma pessoa com cancro, tratada com determinados fármacos anti-cancerígenos, anos mais tarde pode vir a desenvolver leucemia. Por exemplo, a classe terapêutica anti-cancerígena dos agentes alquilantes, está associada ao desenvolvimento secundário de leucemia, muitos anos depois do tratamento.


- Síndroma de Down e outras doenças genéticas: algumas doenças genéticas, causadas por cromossomas anormais, podem aumentar o risco de leucemia.


- Vírus dos linfomas T humanos (HTLV-1): este vírus causa um tipo raro de leucemia linfocítica crónica, conhecida como leucemia das células T humanas. No entanto, a leucemia não é contagiosa.


- Síndrome mielodisplásico: uma pessoa com esta doença do sangue, tem um risco elevado de desenvolver leucemia.


No passado, alguns estudos sugeriram que a exposição a campos electromagnéticos, também seria outro possível factor de risco para a leucemia. Os campos electromagnéticos correspondem a um tipo de radiação de baixa energia, que provém de linhas de alta tensão e de aparelhos eléctricos. No entanto, os resultados de estudos recentes mostram que a evidência é fraca, para se poder afirmar que os campos electromagnéticos são um factor de risco.
A maioria das pessoas que apresentam factores de risco para leucemia, não chegam a desenvolver a doença. Por outro lado, muitas pessoas que desenvolvem a doença, não apresentam quaisquer factores de risco.


Sintomas:


- Febre e suores nocturnos.


- Infecções frequentes.


- Sensação de fraqueza ou cansaço.


- Dor de cabeça.


- Sangrar e fazer nódoas negras (hematomas) facilmente: gengivas que sangram, manchas arroxeadas na pele, ou pequenas pintas vermelhas sob a pele.


- Dor nos ossos e articulações.


- Inchaço ou desconforto no abdómen (em consequência do aumento do baço).


- Gânglios inchados, especialmente os do pescoço e das axilas.


- Perda de peso.


Diagnóstico:


Hemograma - Análises normais de sangue.


Medulograma – Após anestesia local, uma agulha específica é introduzida no osso da bacia ou no esterno. Uma amostra de medula óssea é retirada com uma seringa.Biópsia Óssea – Com uma agulha especial, uma pequeníssima porção de osso é removida.



Tratamento:


O objectivo de qualquer tratamento é a cura. Não sendo possível a cura, o tratamento está ainda indicado para parar a evolução da doença durante o maior tempo possível, permitindo ao doente continuar as suas rotinas atenuando os sintomas da doença.


Os tipos de tratamento são:


- Quimioterapia - A maioria das pessoas com leucemia faz quimioterapia A quimioterapia consiste na utilização de fármacos, para matar as células cancerígenas. Dependendo do tipo de leucemia, pode ser administrado apenas um fármaco, ou uma associação de dois ou mais fármacos.


- Imunoterapia - Nalguns tipos de leucemia, a pessoa faz imunoterapia. Este tipo de tratamento melhora as defesas naturais do organismo contra o cancro. O tratamento é administrado por injecção numa veia. Algumas pessoas com leucemia linfocítica crónica, recebem imunoterapia, utilizando anticorpos monoclonais. Estas substâncias ligam-se às células cancerígenas, permitindo que o sistema imunitário elimine as células tumorais, no sangue e na medula óssea. Por outro lado, alguns doentes com leucemia mielóide crónica recebem imunoterapia com uma substância natural, chamada interferão. Esta substância pode desacelerar o crescimento das células cancerígenas.


- Radioterapia - A radioterapia usa raios de elevada energia, para matar as células cancerígenas. Para a maioria dos doentes, uma máquina dirige a radiação para o baço, cérebro ou para outras partes do corpo, onde se tenham depositado células tumorais. Alguns doentes fazem radiação dirigida a todo o corpo; a radiação total ao corpo é, geralmente, realizada antes de um transplante de medula óssea. A radioterapia é sempre administrada num hospital ou numa clínica.


- Transplante de células estaminais - Algumas pessoas com leucemia, fazem transplante de células estaminais. Um transplante de células estaminais, permite o tratamento com doses mais elevadas de fármacos, de radiação ou de ambos. As doses elevadas, destroem tanto as células cancerígenas como os glóbulos sanguíneos normais da medula óssea. Mais tarde, a pessoa recebe células estaminais saudáveis, através de um catéter que é colocado numa grande veia, no pescoço ou na zona do peito. A partir das células estaminais transplantadas, desenvolvem-se novos glóbulos sanguíneos.



Existem vários tipos de transplantes de células estaminais:


- Transplante de medula óssea: as células estaminais provêm da medula óssea.


- Transplante de células estaminais periféricas: as células estaminais provêm do sangue periférico.


- Transplante do sangue do cordão umbilical: para uma criança sem dador, o médico pode usar as células estaminais do sangue do cordão umbilical. O sangue do cordão umbilical provém de um bebé recém-nascido. Por vezes, o sangue do cordão umbilical é congelado, para poder ser usado mais tarde. As células estaminais podem ser da própria pessoa, ou de um dador.


- Auto-transplante: este tipo de transplante usa células estaminais da própria pessoa. As células estaminais são removidas, e as restantes células podem ser tratadas, para matar quaisquer células cancerígenas presentes. As células estaminais são congeladas e armazenadas. Depois de a pessoa receber doses elevadas de quimioterapia ou radioterapia, as células estaminais armazenadas são descongeladas e "devolvidas" à pessoa.


- Transplante alogénico: este tipo de transplante, usa células estaminais saudáveis de um dador. O dador pode ser um irmão, uma irmã, um dos progenitores ou um dador não familiar, mas compatível. O médico faz análises sanguíneas específicas, para se assegurar que as células do dador são compatíveis com as da pessoa.


- Transplante singénico: este tipo de transplante, usa células estaminais do gémeo (idêntico) saudável.

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