domingo, 23 de maio de 2010

Cancro do Ovário


Os ovários fazem parte do aparelho reprodutor feminino e estão localizados na pélvis. Cada ovário é mais ou menos do tamanho de uma amêndoa.
Os ovários produzem as hormonas femininas - estrogénio e progesterona e libertam óvulos que se deslocam a partir de cada ovário, através da trompa de Falópio em direcção ao útero.
O cancro do ovário (carcinoma do ovário) desenvolve-se sobretudo nas mulheres com 50 e 70 anos. Globalmente, cerca de 1 em cada 7 mulheres contrai esta doença. É o terceiro cancro mais frequente do aparelho reprodutor feminino, mas, em compensação, morrem mais mulheres de cancro do ovário do que de qualquer outro que afecte o aparelho reprodutor.
Os ovários incluem vários tipos de células, cada uma das quais pode transformar-se num tipo diferente de cancro. Foram identificados pelo menos 10 tipos diferentes de cancros ováricos, pelo que o tratamento e as perspectivas de recuperação diferem conforme o tipo específico.
As células ováricas cancerosas podem disseminar-se directamente até à área que as rodeia e, pelo sistema linfático, até outras partes da pélvis e do abdómen. As células cancerosas também podem propagar-se pela circulação sanguínea e, finalmente, aparecer em pontos distantes do corpo, sobretudo o fígado e os pulmões.


Sintomas:


O cancro do ovário em fase inicial não causa sintomas óbvios. Porém, à medida que o cancro evolui, podem surgir os seguintes sintomas:


- Pressão ou dor no abdómen, pélvis, costas ou pernas;


- Abdómen inchado ou sensação de “empanturrado”;


- Náuseas, indigestão, gases, obstipação (prisão de ventre) ou diarreia;


- Sensação constante de grande cansaço;


Alguns sintomas menos frequentes são:


- Falta de ar;


- Vontade constante de urinar;


- Hemorragias vaginais invulgares (períodos de grande fluxo ou hemorragia, após a menopausa)
Na maioria dos casos, estes sintomas não são indicadores de cancro, embora apenas o médico possa afirmá-lo com exactidão. As mulheres que apresentem estes sintomas devem informar o seu médico.



Prevenção:


- Amamentar;


- Fazer ligadura de trompa ou histerectomia (retira cirúrgica do útero) sem ter tido os seus ovários retirados;


- Uso de anticoncepcional oral;


- Redução da quantidade de gordura na dieta.



Factores de risco:


- Antecedentes familiares de cancro: As mulheres cuja mãe, filha(s) ou irmã(s) têm ou tiveram cancro do ovário apresentam um risco acrescido de desenvolver a doença. As mulheres com antecedentes familiares de cancro da mama, útero, cólon ou do recto podem, de igual modo, apresentar um risco acrescido para desenvolver cancro do ovário. O facto de algumas mulheres da mesma família terem tido cancro do ovário ou da mama, sobretudo em novas, é considerado um antecedente familiar muito forte. Se tal acontecer, poder-lhe-á ser sugerido que a própria, bem como as outras mulheres da família, realizem um teste genético; estes testes podem revelar a presença de determinadas alterações genéticas que aumentam o risco de cancro do ovário.


- Antecedentes pessoais de cancro: as mulheres que já tiveram cancro da mama, útero, cólon ou recto apresentam um risco acrescido de vir a desenvolver cancro do ovário.


- Idade superior a 55 anos: a maioria das mulheres diagnosticadas com cancro do ovário tem mais de 55 anos.


- Nunca ter engravidado: as mulheres com idade avançada e que nunca tenham engravidado, apresentam um risco acrescido de desenvolver cancro do ovário.


- Terapêutica hormonal na menopausa: alguns estudos sugerem que as mulheres que fazem terapêutica hormonal apenas com estrogénio (sem progesterona), durante 10 ou mais anos, podem apresentar um risco acrescido de desenvolver cancro do ovário.



Rastreio:


- Exame físico: o médico avalia o estado geral do doente, pressionando o abdómen para verificar a existência de um tumor ou uma acumulação anormal de líquido (ascite). Pode ser retirada uma amostra de líquido para a identificação de possíveis células cancerígenas do ovário.


- Exame pélvico: o médico palpa os ovários e órgãos adjacentes para verificar a presença de “caroços” ou outras alterações de formato ou tamanho. O teste de Papanicolau faz parte do exame pélvico normal, mas não é utilizado para recolher células do ovário: pode permitir a detecção do cancro do colo do útero não sendo, no entanto, utilizado no diagnóstico do cancro do ovário.


- Análises ao sangue: o médico poderá requisitar análises ao sangue. O laboratório pode avaliar os níveis de várias substâncias, como o CA-125. O CA-125 é uma substância que se encontra na superfície das células cancerígenas do ovário e de alguns tecidos normais. Se a sua concentração for elevada, pode ser um sinal de cancro ou de outras perturbações. A análise do CA-125 não é utilizada no diagnóstico do cancro do ovário, mas este teste pode monitorizar a resposta ao tratamento do cancro do ovário e para detectar recidivas após o tratamento.


- Ecografia: o aparelho de ecografia utiliza ondas ultrassónicas, que não são audíveis para o ser humano. O aparelho emite ondas sonoras para os órgãos localizados no interior da pélvis, que as reflectem. O computador cria uma imagem a partir dos ecos reflectidos, que pode revelar um tumor do ovário. Para melhor visualização dos ovários, o dispositivo pode ser inserido na vagina (ecografia transvaginal).


- Biópsia: uma biopsia consiste na recolha de tecidos ou líquido para determinar a presença de células cancerígenas. Com base nos resultados das análises ao sangue e da ecografia, o médico poderá sugerir a realização de uma cirurgia (laparotomia) para remover tecido e líquido da pélvis e do abdómen. Geralmente, é necessária uma cirurgia para diagnosticar o cancro do ovário.


Tratamento:


O médico pode descrever as possíveis opções de tratamento e resultados esperados. A maioria das mulheres é submetida a cirurgia e quimioterapia. A radioterapia raramente é utilizada.
O tratamento do cancro pode afectar células cancerígenas na pélvis, no abdómen ou em todo o corpo:


Tratamento local: a cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais, que removem ou destroem o cancro do ovário na pélvis. Quando o cancro atinge outras zonas do organismo, o tratamento local pode ser utilizado para controlar a doença nessas áreas específicas.
Quimioterapia intraperitoneal: a quimioterapia pode ser administrada directamente no abdómen e na pélvis através de um tubo fino. Os fármacos destroem ou controlam o cancro no abdómen e na pélvis.


Quimioterapia sistémica: este tratamento é designado por sistémico, uma vez que os fármacos entram na corrente sanguínea e podem afectar todas as células.
Cinco anos depois do diagnóstico, o índice de sobrevivência das mulheres com os tipos mais frequentes de cancro do ovário é de 15 % a 85 %. Esta margem tão ampla reflecte diferenças na agressividade de certos cancros e nas diversas respostas imunológicas face ao cancro entre as mulheres.

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