segunda-feira, 24 de maio de 2010

domingo, 23 de maio de 2010

quem somos nós.

Boas. Nós somos um grupo de quatro elementos: Andreia, Ivo, Miguel, Patrícia do 12º ano, da turma F da Escola Secundária Henrique Medina que escolhemos como Tema Oncologia - O Cancro. Esperemos que gostem do Blog. Comentem!

Video feito por nós sobre o cancro

Mieloma Múltiplo


O mieloma múltiplo é um cancro que tem origem nas células plasmáticas, um tipo de glóbulos brancos.
O mieloma, à semelhança dos outros cancros, tem origem nas células, a unidade básica do organismo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células à medida que o organismo delas necessita. Quando as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células. No cancro, este processo ocorre de forma desordenada e as células continuam a dividir-se mesmo quando não são necessárias. Assim formam-se novas células sem que o organismo delas necessite, e sem que as células envelhecidas morram quando deviam. Este excesso de células pode dar origem à formação de uma massa de tecido a que se dá o nome de neoplasia ou tumor.
O mieloma desenvolve-se quando uma célula plasmática se torna anómala. As células anómalas dividem-se para formar cópias de si próprias. As novas células dividem-se uma e outra vez, produzindo mais e mais células anómalas. As células plasmáticas anómalas são as células do mieloma. Estas células produzem anticorpos designados por proteínas monoclonais (M).
Com o tempo, as células de mieloma acumulam-se na medula óssea impedindo o desenvolvimento normal das células sanguíneas. As células de mieloma também se acumulam na parte sólida do osso. A doença é designada por “mieloma múltiplo” uma vez que afecta múltiplos ossos. (Se as células do mieloma apenas se acumularem num osso, essa “massa única” recebe o nome de plasmacitoma.)
As células de mieloma (células plasmáticas anómalas) produzem proteínas monoclonais.
O mieloma múltiplo é o tipo mais comum de tumor das células plasmáticas. Nesta secção não são abordados outros tipos de tumores das células plasmáticas.

O mieloma múltiplo não é um carcinoma dos ossos.
Apesar de afectar os ossos, mieloma múltiplo tem origem nas células sanguíneas e não nas células do osso.
O cancro ósseo é uma doença diferente. Tem origem nas células ósseas e não nas células sanguíneas.
O cancro ósseo é diagnosticado e tratado de forma diferente do mieloma múltiplo.




Sintomas:



- Dor nos ossos



- Fracturas (ossos partidos) espontâneas



- Sentir-se fraco e muito cansado



- Infecções e febre frequente



- Perda de peso



- Náuseas ou prisão de ventre.




Factores de risco:

- Idade: O avançar da idade aumenta a probabilidade de desenvolver mieloma múltiplo. A maioria dos casos de mieloma é diagnosticada em pessoas com mais de 65 anos. Esta doença raramente ocorre antes dos 40 anos de idade.



- Etnia. O risco de mieloma múltiplo é mais elevado nos afro-americanos e mais baixo nos asiático-americanos. Desconhece-se a razão para esta diferença entre grupos étnicos.



- História de gamapatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI): A GMSI é uma afecção em que as células plasmáticas anómalas produzem níveis baixos de proteínas M. A GMSI é uma doença benigna, mas aumenta o risco de desenvolver mieloma múltiplo.



Diagnóstico:



- Análises ao sangue: O laboratório determina o nível de células sanguíneas e de outras substâncias no sangue. O mieloma faz aumentar o nível de células plasmáticas e de cálcio. A maioria das pessoas com mieloma tem anemia. O mieloma também faz aumentar o nível de algumas proteínas, como a proteína M, a beta-2-microglobulina, entre outras.



- Análises à urina: O laboratório avalia e quantifica os níveis de proteína de Bence Jones, um tipo de proteína M, na urina durante 24 horas.Se os níveis desta proteína estiverem elevados, a sua função renal deverá ser vigiada, uma vez que esta pode obstruir e danificar os rins.
- Raios X: Pode realizar uma radiografia para detectar as lesões típicas do mieloma múltiplo, bem como a existência de fracturas.



- Biopsia óssea: O médico recolhe tecido para procurar células cancerígenas. A biopsia é a única forma segura de saber se existem células de mieloma na medula óssea. É colhida uma amostra de medula óssea a partir do osso ilíaco, mediante anestesia local, para diminuir o desconforto. O patologista determina a existência de células cancerígenas, através de observação microscópica da amostra de medula óssea.



- Aspiração da medula óssea: O médico utiliza uma agulha fina para recolher amostras de medula óssea.



- Biopsia óssea: O médico utiliza uma agulha grossa para recolher uma pequena quantidade de osso.



Tratamento:

A escolha do tratamento depende sobretudo do estádio da doença e dos sintomas que o doente apresenta. O estado de saúde do doente será avaliado regularmente para se dar início ao tratamento quando o médico julgar pertinente. Por vezes, o transplante de células estaminais ou radioterapia fazem parte do plano de tratamento. O médico pode descrever as opções de tratamento e os resultados esperados para cada uma delas. O doente e o médico podem trabalhar em conjunto na elaboração de um plano de tratamento adaptado às necessidades do doente.

Transplante de células estaminais:

Alguns doentes com mieloma múltiplo são submetidos a um transplante de células estaminais. O transplante de células estaminais obriga a que o doente receba doses elevadas de quimioterapia, radioterapia ou ambas. As doses elevadas destroem tanto as células do mieloma como as células sanguíneas normais na medula óssea. Depois disso, o doente recebe células estaminais saudáveis através de uma veia de grande calibre. A partir das células estaminais transplantadas irão desenvolver-se novas células sanguíneas.



- Transplante autólogo de células estaminais: Neste tipo de transplante utilizam-se as células estaminais do próprio doente após realização do tratamento para o mieloma. As células estaminais são retiradas do doente. Estas podem ser tratadas para matar as eventuais células de mieloma que possam estar presentes. As células estaminais são congeladas e armazenadas. Depois de o doente ter recebido doses elevadas de tratamento, as células estaminais armazenadas são reinfundidas no doente.



- Transplante alogénico de células estaminais: Neste caso, as células estaminais saudáveis são provenientes de um dador. O dador pode ser um familiar directo ou uma pessoa compatível, embora sem qualquer grau de parentesco. Para garantir que as células do dador são compatíveis com as do doente, realizam-se análises ao sangue.



- Transplante singénico de células estaminais: Este tipo de transplante utiliza células estaminais de um irmão gémeo (gémeo verdadeiro) do doente.


Melanoma


O melanoma é o tipo de cancro da pele mais grave. Em Portugal surgem, anualmente, cerca de 700 novos casos de melanoma maligno.
O melanoma é um tipo de cancro de pele. Tem início nas células da pele, os melanócitos. Para perceber o melanoma, é útil conhecer a pele e os melanócitos: qual a sua função, como crescem e o que acontece, quando se tornam cancerígenos. A pele é o maior órgão do corpo: protege-o do calor, da luz do sol, de feridas e de infecções. Ajuda a regular a temperatura corporal, armazena água e gordura, e produz vitamina D. A pele tem duas camadas principais: a epiderme (exterior) e a derme (interior). A derme contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos, folículos pilosos e glândulas. Algumas destas glândulas produzem suor, que ajuda a regular a temperatura do organismo. Outras glândulas produzem sebo, uma substância oleosa que contribui para que a pele não seque. O suor e o sebo atingem a superfície da pele, através de pequenas aberturas: poros. O melanoma surge quando os melanócitos (células pigmentares) se tornam malignos. A maioria das células pigmentares encontra-se na pele; quando o melanoma tem início na pele, a doença chama-se melanoma cutâneo. O melanoma pode, também, ocorrer nos olhos (melanoma ocular ou melanoma intra-ocular). O melanoma raramente surge nas meninges, no aparelho digestivo, nos gânglios linfáticos ou noutras áreas onde há melanócitos. Os melanomas com origem noutras zonas, que não a pele, não serão aqui abordados. O melanoma é um dos tipos de cancro mais comum. A probabilidade de desenvolver melanoma aumenta com a idade, embora a doença afecte pessoas de todas as idades. Pode ocorrer em qualquer superfície da pele. Nos homens, o melanoma encontra-se, muitas vezes, no tronco (zona entre os ombros e as ancas), ou na cabeça e pescoço. Nas mulheres, desenvolve-se muitas vezes na zona inferior das pernas. A ocorrência de melanoma, na raça negra e noutras raças com pele escura, é rara; quando se desenvolve em pessoas de pele escura, tende a ocorrer sob as unhas dos pés e mãos, na palma das mãos ou planta dos pés. Quando o melanoma se espalha, ou dissemina, podem aparecer células cancerígenas nos gânglios linfáticos vizinhos. Os gânglios linfáticos "captam" bactérias, células cancerígenas ou outras substâncias nocivas, que possam estar presentes no sistema linfático. Se o tumor atingiu os gânglios linfáticos, pode significar que as células cancerígenas se espalharam já para outras partes do corpo, tal como o fígado, pulmões ou cérebro. Neste caso, as células cancerígenas do "novo tumor" são, ainda, células de melanoma, e a doença chama-se melanoma metastizado, e não cancro do fígado, do pulmão ou do cérebro (sistema nervoso central).




Sintomas:


Muitas vezes, o primeiro sinal de melanoma é uma alteração no tamanho, forma, cor ou textura de um sinal existente. A maioria dos melanomas apresenta uma zona preta ou preta-azulada; também pode surgir como um novo sinal: pode ser preto, anómalo ou com "mau aspecto".


- Assimetria: a forma de uma metade não coincide com a outra.


- Bordos: as margens são geralmente irregulares, biseladas, parecendo borradas ou irregulares; o pigmento pode espalhar-se para a pele circundante.


- Cor: a cor é desigual; pode apresentar sombras de preto, castanho e um tom bronzeado.


Também podem ser observadas zonas de branco, cinzento, vermelho, rosa ou azul.


- Diâmetro: existe uma alteração no tamanho, que geralmente aumenta. Os melanomas são, por norma, maiores do que a borracha de um lápis (5 milímetros).




Factores de risco:


- Nevo displásico: é mais provável que os nevos displásicos se tornem cancerígenos do que os sinais comuns. Os nevos displásicos são comuns, e muitas pessoas têm alguns destes sinais anómalos. O risco é superior em pessoas com um grande número de nevos displásicos. O risco é particularmente elevado em pessoas com história familiar de nevos displásicos ou de melanoma.


- Muitos sinais comuns (mais de 50): ter muitos sinais aumenta o risco de desenvolver melanoma.


- Pele clara: o melanoma ocorre com maior frequência em pessoas com pele clara, que queima e "faz" sardas facilmente (geralmente, estas pessoas têm cabelo ruivo ou louro e olhos azuis), comparativamente a pessoas com pele escura. As pessoas de raça caucasiana (branca) desenvolvem melanoma mais frequentemente do que as de raça negra, provavelmente porque a pele clara sofre mais facilmente os danos causados pelo sol.


- História pessoal de melanoma ou cancro da pele: as pessoas que já foram tratadas a um melanoma, apresentam risco mais elevado de ter um segundo melanoma. Algumas pessoas desenvolvem mais de dois melanomas. Pessoas que tiveram um ou mais cancros de pele comuns, como o carcinoma das células basais ou carcinoma das células escamosas, têm risco aumentado para melanoma.


História familiar de melanoma: por vezes, o melanoma ocorre em várias pessoas da família. Ter dois ou mais familiares próximos que tiveram melanoma, é um factor de risco. Cerca de 10% de todas as pessoas com melanoma têm um membro da família com a doença. Quando o melanoma ocorre numa família, todos os membros da família devem ser vistos regularmente por um médico.


- Sistema imunitário enfraquecido (deprimido): pessoas cujo sistema imunitário está enfraquecido por certos tumores, por fármacos administrados depois de um transplante de órgãos ou por HIV, têm risco aumentado de desenvolver melanoma.


- Queimaduras solares graves, com feridas ou bolhas: uma pessoa que tenha tido pelo menos uma queimadura solar grave, com formação de bolhas, quando criança ou adolescente, tem risco aumentado de melanoma. Como tal, é aconselhável que os pais protejam a pele das crianças do sol. A protecção solar pode reduzir o risco de melanoma, mais tarde na vida. As queimaduras solares, em idade adulta, também são um factor de risco para melanoma.


- Radiação UV (ultra-violeta): pensa-se que o aumento mundial do número de melanomas esteja relacionado com o aumento do tempo de exposição ao sol. O melanoma é mais comum em zonas com grande incidência de radiação UV do sol. A radiação solar UV provoca envelhecimento prematuro e danos na pele, que podem originar melanoma. As fontes artificiais de radiação UV, como lâmpadas solares e cabines de bronzeamento (solários), também podem provocar danos na pele e aumentar o risco de melanoma. A exposição aos raios UV naturais deve ser limitada; as fontes artificiais devem ser evitadas.




Diagnóstico:


Se o médico suspeitar que uma mancha na pele é melanoma, a pessoa terá que fazer uma biópsia. A biópsia é a única forma de fazer um diagnóstico definitivo. Neste procedimento, o médico tenta remover a totalidade da proeminência de aspecto suspeito; neste caso, é designada biópsia excisional. Se a saliência for muito grande para ser inteiramente removida, o médico remove apenas uma amostra de tecido.




Tratamento:


Para cada caso de melanoma, o médico irá desenvolver um plano de tratamentos que vá de encontro às necessidades específicas de cada pessoa. O tratamento do melanoma depende, principalmente, do estádio da doença, da idade e do estado de saúde geral da pessoa, entre outros factores. O médico poderá falar consigo sobre as possíveis escolhas de tratamento e resultados esperados, tendo em consideração os benefícios esperados e possíveis efeitos secundários de cada opção.
O médico pode aconselhar a consulta com um médico especialista. O melanoma pode ser tratado por diferentes especialistas, como sejam: dermatologista, cirurgião, oncologista, radioterapeuta e cirurgião plástico. Pode ter um especialista diferente, para cada tipo de tratamento que vá fazer.


- Cirurgia


- Quimioterapia


-Imunoterapia


- Radioterapia

Linfoma não-Hodgkin


Em Portugal, todos os anos cerca de 1700 pessoas são informadas que têm linfoma não Hodgkin (LNH)
O conhecimento acerca do Linfoma não Hodgkin tem vindo a aumentar, devido à investigação; continuam a ser estudadas as suas causas e a ser investigados novos processos de tratamento para esta doença. Graças à investigação contínua, pessoas com Linfoma não Hodgkin podem esperar uma melhor qualidade de vida, e menor probabilidade de morrer desta doença.
O Linfoma nâo Hodgkin é um tumor que tem início no sistema linfático.
O sistema linfático faz parte do sistema imunitário do nosso organismo. O sistema imunitário combate as infecções e outras doenças. No sistema linfático, uma rede de vasos linfáticos transporta um líquido transparente, chamado linfa. Os vasos linfáticos são "conduzidos" para os gânglios linfáticos (pequenos órgãos, de forma redonda). Nos gânglios linfáticos existem os linfócitos (um tipo de glóbulos brancos). Os gânglios linfáticos capturam e removem bactérias, e outras substâncias nocivas, que possam estar na linfa. Os gânglios linfáticos existem no pescoço, axilas, tórax, abdómen e virilhas. Outras partes do sistema linfático incluem as amígdalas, o baço e o timo. O tecido linfático também se encontra noutras partes do corpo, como o estômago, a pele e o intestino delgado. Existem muitos tipos de Linfoma não Hodgkin. Todos os tipos de linfoma têm início nas células do sistema linfático. O Linfoma não Hodgkin tem início quando um linfócito, uma célula B ou uma célula T se torna anómala. Geralmente, o Linfoma não Hodgkin começa numa célula B, num gânglio linfático. A célula anómala divide-se, para fazer cópias de si própria; as novas células dividem-se novamente, e novamente, originando mais e mais células anómalas. As células anómalas são células cancerígenas, que não morrem quando deviam. Não protegem o organismo de infecções nem de outras doenças. As células cancerígenas podem espalhar-se para quase todas as partes do organismo, ou seja, metastizar.


Tipos de Linfoma:


Quando o linfoma é detectado, o patologista reporta o tipo de linfoma. Os tipos mais comuns são o linfoma difuso de grandes células B, e o linfoma folicular.


Os linfomas podem ser agrupados pela sua velocidade de crescimento:


- Indolentes (também chamados de baixo-grau): crescem lentamente. Tendem a causar poucos sintomas.


- Agressivos (também chamados de grau intermédio ou de alto grau): crescem e espalham-se mais rapidamente. Tendem a causar sintomas graves. Com o tempo, muitos linfomas indolentes tornam-se linfomas agressivos.


Sintomas:


- Gânglios linfáticos inchados e indolores, no pescoço, axilas e virilhas.


- Perda inexplicável de peso.


- Febre, sem foco explicável.


- Suores nocturnos abundantes.


- Tosse, dificuldade respiratória ou dor no peito.


- Fraqueza e cansaço que não desaparecem.


- Dor, inchaço ou sensação de enfartamento no abdómen


Factores de risco:


- Sistema imunitário debilitado: ter um sistema imunitário debilitado, devido a um problema hereditário, a infecção por HIV (vírus da imunodeficiência humana), devido a certos fármacos ou outros factores, aumenta o risco de desenvolver Linfoma não Hodgkin.


- Determinadas infecções: ter certo tipo de infecções, pode aumentar o risco de desenvolver Linfoma não Hodgkin. No entanto, o linfoma não é contagioso; não se "apanha" linfoma de outra pessoa. Os principais tipos de infecção, que podem aumentar o risco de linfoma, são:
Vírus da imunodeficiência humana (HIV): o HIV é o vírus que provoca a SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida). As pessoas que estão infectadas com o HIV , têm maior risco de desenvolver certos tipos de Linfoma não Hodgkin.


-Vírus de Epstein-Barr (EBV): a infecção com EBV tem sido associada a um risco aumentado de linfoma.


- Helicobacter pylori : esta bactéria pode causar úlceras no estômago; pode, ainda, aumentar o risco da pessoa ter linfoma, no revestimento do estômago.
Vírus dos linfomas T humanos (HTLV-1): a infecção por HTLV -1 aumenta o risco de desenvolver linfoma e leucemia.


- Vírus da hepatite C: alguns estudos demonstraram um risco aumentado de linfoma, em pessoas com o vírus da hepatite C. É necessário continuar a investigar qual o papel do vírus da hepatite C.

- Idade: apesar do Linfoma não Hodgkin poder aparecer em pessoas jovens, a probabilidade de desenvolver esta doença aumenta com a idade. A maioria das pessoa com Linfoma não Hodgkin tem mais de 60 anos.


Prevenção:


- Análises sanguíneas: o laboratório faz a contagem de células do sangue.


- Radiografia ao tórax: importante para despistar sinais de doença no tórax; permite uma avaliação indirecta dos pulmões e do coração.



Tratamento:


A escolha do tratamento depende de vários factores, incluindo:


- Tipo de Linfoma não Hodgkin (EX. linfoma folicular).


- Estadio do linfoma.


- Velocidade de crescimento do linfoma, ou seja, se é um linfoma indolente ou agressivo.


- Idade.


- Outros problemas de saúde.


Os tipos de tratamento que existem para combater o Linfoma não-Hodgkin são a quimioterapia, a radioterapia e a Imunoterapia.

Linfoma de Hodgkin


A doença de Hodgkin, ou linfoma de Hodgkin, pertence a um grupo de neoplasias denominadas linfomas. Linfoma é um termo genérico para designar os carcinomas que se desenvolvem no sistema linfático. Os outros carcinomas do sistema linfático denominam-se linfomas não-Hodgkin.
Na doença de Hodgkin, as células do sistema linfático tornam-se anómalas e começam a dividir-se e a crescer a um ritmo demasiado rápido e de forma descontrolada e desordenada. Devido às suas características, o linfoma de Hodgkin é considerado uma neoplasia.
Dado que o tecido linfático está presente em diversas regiões do organismo, a doença de Hodgkin pode ter origem em praticamente qualquer parte. Esta doença pode ocorrer num único nódulo linfático, num grupo de nódulos linfáticos ou ainda noutras partes do sistema linfático, como a medula óssea ou o baço. Este tipo de cancro quando se dissemina, fá-lo de forma relativamente ordenada: de um grupo de nódulos linfáticos para outro. Por exemplo, se a doença de Hodgkin surgir em nódulos linfáticos do pescoço alastra primeiro para os nódulos situados acima das clavículas e só depois para os nódulos linfáticos debaixo dos braços e no tórax. Por fim, pode disseminar-se para qualquer outra parte do organismo.


Sintomas:


- Inchaço indolor nos nódulos linfáticos do pescoço, axila ou virilha


- Febre recorrente inexplicável


- Suores nocturnos


- Perda de peso inexplicável


- Comichão.



Factores de risco:


Desconhecem-se as causas da doença de Hodgkin e os médicos raramente conseguem explicar por que é que umas pessoas são afectadas e outras não. Existem, porém, algumas certezas: a doença de Hodgkin não é contagiosa, ou seja, não se "apanha" esta doença de outra pessoa.


- Idade/sexo - A doença de Hodgkin ocorre com maior frequência em pessoas entre os 15 e os 34 anos e depois dos 55 anos. É mais comum nos homens do que nas mulheres.


- Antecedentes familiares - Os irmãos e irmãs dos doentes com linfoma de Hodgkin têm uma probabilidade superior à média de vir a desenvolver a doença.


- Vírus - O vírus de Epstein-Barr é um agente infeccioso que pode estar associado a uma probabilidade acrescida de desenvolver a doença de Hodgkin.



Diagnóstico:


- Raio-X: A maioria das radiografias não requer qualquer preparação e demora apenas alguns minutos . A passagem de radiação através do organismo permite obter uma imagem. Esta imagem mostra os ossos, mas também dá indicações sobre os tecidos moles. Por exemplo, uma radiografia ao tórax pode revelar se o linfoma de Hodgkin invadiu os pulmões ou os gânglios linfáticos no tórax.


- TAC: utiliza raios X e produz fotografias semelhantes às radiografias. Todavia, as imagens são tiradas em diversas 'camadas', adquirindo um aspecto tridimensional. Tal como a radiografia, pode revelar se o linfoma de Hodgkin invadiu os gânglios linfáticos e outros órgãos. Não é um procedimento doloroso ou difícil, embora demore mais tempo do que a radiografia (cerca de meia hora).Para a realização de algumas TACs não se pode comer ou beber durante algumas horas e implicam a injecção de uma substância de contraste. Para a realização de uma TAC a pessoa tem de passar através de um scanner e permanecer deitada durante todo o procedimento.


- RM (ressonância magnética): tal como a TAC, produz imagens tiradas em diferentes 'camadas', mas utiliza campos magnéticos para as produzirA ressonância magnética pode demorar cerca de uma hora durante a qual a pessoa tem de permanecer deitada e imóvel. Trata-se de um exame indolor, embora a máquina seja ruidosa. Uma vez que o scanner é constituído por um íman muito potente, devem ser retirados todos os objectos de metal (como jóias e relógios). As pessoas com implantes de metal (tais como monitores cardíacos, próteses articulares, placas, ou clips cirúrgicos) não devem realizar este exame. Algumas pessoas sentem medo de se sentirem fechadas durante o exame, pelo que será útil mencionar este facto antes do procedimento para que possa ser prestado auxílio adicional.

- Tomografia com Emissão de Positrões (PET)A PET, ou tomografia com emissão de positrões, é uma técnica altamente sensível que utiliza raios X para detectar partículas a partir de substâncias que foram injectadas no organismo. Isto permite aos médicos distinguir células 'activas' de linfoma, que podem causar a doença, e aglomerados de células inactivas. Esta técnica é de grande utilidade após o tratamento do linfoma de Hodgkin para se avaliar o grau de sucesso. Uma vez que se trata de equipamento dispendioso, a PET nem sempre está disponível.


Tratamento:


- Quimioterapia


- Radioterapia


- Transplantação


O médico elabora um plano de tratamento adaptado a cada doente. O tratamento da doença de Hodgkin depende do estádio em que se encontra a doença, da dimensão dos nódulos linfáticos dilatados, dos sintomas manifestados, da idade e do estado geral do doente, assim como de outros factores (o tratamento de crianças com doença de Hodgkin não é abordado nesta área).

Leucemia


A Leucemia é uma doença maligna com origem nas células imaturas da medula óssea. A produção de glóbulos brancos fica descontrolada e o funcionamento da medula óssea saudável torna-se cada vez mais difícil, diminuindo progressivamente a produção de células normais, dando lugar ao aparecimento de anemia, infecções e hemorragias.Existem vários tipos de leucemia caracterizadas pelo tipo de célula afectada. Pode ser aguda ou crónica dependendo da velocidade de proliferação das células leucémicas.
Leucemia crónica: no início da doença, as células sanguíneas anómalas ainda conseguem desempenhar a sua função, e uma pessoa com leucemia crónica pode não ter quaisquer sintomas. Lentamente, a leucemia vai piorando; vai causando sintomas, à medida que o número de células tumorais aumenta. Leucemia aguda: as células sanguíneas são muito anómalas e não conseguem desempenhar as suas funções. O número de células anómalas aumenta rapidamente. A leucemia aguda piora rapidamente.


Tipos de Leucemia:


Existem quatro tipos comuns de leucemia:


- Leucemia linfocítica crónica (leucemia linfoblástica crónica, LLC ): é responsável por cerca de 7000 novos casos de leucemia, todos os anos . Na maioria das vezes, a pessoa não apresenta sintomas. Esta doença é mais frequente depois dos 55 anos. Quase nunca afecta crianças.


- Leucemia mielóide crónica (leucemia mielogénica crónica, LMC ): é responsável por cerca de 4400 novos casos de leucemia, todos os anos . Afecta principalmente os adultos.


- Leucemia linfocítica aguda (leucemia linfoblástica aguda, LLA ): é responsável por cerca de 3800 novos casos de leucemia, todos os anos . É o tipo mais comum de leucemia, em crianças. Também afecta os adultos.


- Leucemia mielóide aguda (leucemia mielogénica aguda, LMA ): é responsável por cerca de 10600 novos casos de leucemia, todos os anos . Afecta tanto adultos, como crianças.


Factores de risco:


- Níveis muito elevados de radiação: pessoas expostas a níveis muito elevados de radiação, apresentam maior probabilidade de desenvolver leucemia. Na História Mundial, houve já situações em que os níveis de radiação foram muito elevados: no Japão, durante a 2ª Guerra Mundial, com a explosão da bomba atómica, e no acidente de Chemobyl, em 1986, numa fábrica de energia nuclear. Os tratamentos médicos que usam radiações, podem ser outra fonte de exposição elevada a radiações. No entanto, a radiação usada no diagnóstico, expõe a pessoa a níveis muito mais baixos de radiação, e não está ligada à leucemia.


- Trabalhar com determinados químicos: a exposição a níveis elevados de benzeno, no local de trabalho, pode causar leucemia. O benzeno é muito usado na indústria química. Também o formaldeído é usado na indústria química; os trabalhadores expostos ao formaldeído, também podem ter um risco mais elevado de ter leucemia.


- Quimioterapia: uma pessoa com cancro, tratada com determinados fármacos anti-cancerígenos, anos mais tarde pode vir a desenvolver leucemia. Por exemplo, a classe terapêutica anti-cancerígena dos agentes alquilantes, está associada ao desenvolvimento secundário de leucemia, muitos anos depois do tratamento.


- Síndroma de Down e outras doenças genéticas: algumas doenças genéticas, causadas por cromossomas anormais, podem aumentar o risco de leucemia.


- Vírus dos linfomas T humanos (HTLV-1): este vírus causa um tipo raro de leucemia linfocítica crónica, conhecida como leucemia das células T humanas. No entanto, a leucemia não é contagiosa.


- Síndrome mielodisplásico: uma pessoa com esta doença do sangue, tem um risco elevado de desenvolver leucemia.


No passado, alguns estudos sugeriram que a exposição a campos electromagnéticos, também seria outro possível factor de risco para a leucemia. Os campos electromagnéticos correspondem a um tipo de radiação de baixa energia, que provém de linhas de alta tensão e de aparelhos eléctricos. No entanto, os resultados de estudos recentes mostram que a evidência é fraca, para se poder afirmar que os campos electromagnéticos são um factor de risco.
A maioria das pessoas que apresentam factores de risco para leucemia, não chegam a desenvolver a doença. Por outro lado, muitas pessoas que desenvolvem a doença, não apresentam quaisquer factores de risco.


Sintomas:


- Febre e suores nocturnos.


- Infecções frequentes.


- Sensação de fraqueza ou cansaço.


- Dor de cabeça.


- Sangrar e fazer nódoas negras (hematomas) facilmente: gengivas que sangram, manchas arroxeadas na pele, ou pequenas pintas vermelhas sob a pele.


- Dor nos ossos e articulações.


- Inchaço ou desconforto no abdómen (em consequência do aumento do baço).


- Gânglios inchados, especialmente os do pescoço e das axilas.


- Perda de peso.


Diagnóstico:


Hemograma - Análises normais de sangue.


Medulograma – Após anestesia local, uma agulha específica é introduzida no osso da bacia ou no esterno. Uma amostra de medula óssea é retirada com uma seringa.Biópsia Óssea – Com uma agulha especial, uma pequeníssima porção de osso é removida.



Tratamento:


O objectivo de qualquer tratamento é a cura. Não sendo possível a cura, o tratamento está ainda indicado para parar a evolução da doença durante o maior tempo possível, permitindo ao doente continuar as suas rotinas atenuando os sintomas da doença.


Os tipos de tratamento são:


- Quimioterapia - A maioria das pessoas com leucemia faz quimioterapia A quimioterapia consiste na utilização de fármacos, para matar as células cancerígenas. Dependendo do tipo de leucemia, pode ser administrado apenas um fármaco, ou uma associação de dois ou mais fármacos.


- Imunoterapia - Nalguns tipos de leucemia, a pessoa faz imunoterapia. Este tipo de tratamento melhora as defesas naturais do organismo contra o cancro. O tratamento é administrado por injecção numa veia. Algumas pessoas com leucemia linfocítica crónica, recebem imunoterapia, utilizando anticorpos monoclonais. Estas substâncias ligam-se às células cancerígenas, permitindo que o sistema imunitário elimine as células tumorais, no sangue e na medula óssea. Por outro lado, alguns doentes com leucemia mielóide crónica recebem imunoterapia com uma substância natural, chamada interferão. Esta substância pode desacelerar o crescimento das células cancerígenas.


- Radioterapia - A radioterapia usa raios de elevada energia, para matar as células cancerígenas. Para a maioria dos doentes, uma máquina dirige a radiação para o baço, cérebro ou para outras partes do corpo, onde se tenham depositado células tumorais. Alguns doentes fazem radiação dirigida a todo o corpo; a radiação total ao corpo é, geralmente, realizada antes de um transplante de medula óssea. A radioterapia é sempre administrada num hospital ou numa clínica.


- Transplante de células estaminais - Algumas pessoas com leucemia, fazem transplante de células estaminais. Um transplante de células estaminais, permite o tratamento com doses mais elevadas de fármacos, de radiação ou de ambos. As doses elevadas, destroem tanto as células cancerígenas como os glóbulos sanguíneos normais da medula óssea. Mais tarde, a pessoa recebe células estaminais saudáveis, através de um catéter que é colocado numa grande veia, no pescoço ou na zona do peito. A partir das células estaminais transplantadas, desenvolvem-se novos glóbulos sanguíneos.



Existem vários tipos de transplantes de células estaminais:


- Transplante de medula óssea: as células estaminais provêm da medula óssea.


- Transplante de células estaminais periféricas: as células estaminais provêm do sangue periférico.


- Transplante do sangue do cordão umbilical: para uma criança sem dador, o médico pode usar as células estaminais do sangue do cordão umbilical. O sangue do cordão umbilical provém de um bebé recém-nascido. Por vezes, o sangue do cordão umbilical é congelado, para poder ser usado mais tarde. As células estaminais podem ser da própria pessoa, ou de um dador.


- Auto-transplante: este tipo de transplante usa células estaminais da própria pessoa. As células estaminais são removidas, e as restantes células podem ser tratadas, para matar quaisquer células cancerígenas presentes. As células estaminais são congeladas e armazenadas. Depois de a pessoa receber doses elevadas de quimioterapia ou radioterapia, as células estaminais armazenadas são descongeladas e "devolvidas" à pessoa.


- Transplante alogénico: este tipo de transplante, usa células estaminais saudáveis de um dador. O dador pode ser um irmão, uma irmã, um dos progenitores ou um dador não familiar, mas compatível. O médico faz análises sanguíneas específicas, para se assegurar que as células do dador são compatíveis com as da pessoa.


- Transplante singénico: este tipo de transplante, usa células estaminais do gémeo (idêntico) saudável.

Cancro do Pulmão


O cancro do pulmão é dos tipos mais frequentes de cancro que ocorrem no nosso país. O diagnóstico deste tipo de cancro levanta muitas questões para as quais é necessário haver respostas claras e perceptíveis que por vezes são difíceis de alcançar.


Quais são as principais causas para o aparecimento de Cancro do Pulmão?

90% dos casos de cancro do pulmão são causados pelo hábito de fumar cigarro, enquanto que uma minoria é consequência das substâncias que se encontram ou que se aspiram no local de trabalho. Trabalhar com amianto, radiação, arsénico, crómio, níquel, éter cloro metílico, gás mostrada e emissões de choque dos fornos estão relacionadas com o cancro do pulmão. Por vezes, há algumas formas de cancro do pulmão, principalmente o adenocarcinoma e o carcinoma de células alveolares, verificam-se em pessoas que os pulmões possuem cicatrizes causadas por outras doenças pulmonares, como a tuberculose e a fibrose.

Os sintomas e sinais mais comuns de cancro do pulmão são:



- Tosse que não desaparece que piora com o passar do tempo.



- Dor constante no peito.



- Tosse acompanhada de sangue.



- Falta de ar, asma ou rouquidão.



- Problemas recorrentes, como pneumonia ou bronquite.



- Inchaço do pescoço e rosto.



- Perda de apetite ou de peso.



- Fadiga.



Normalmente, a fase inicial do cancro não causa dor. Mas se a pessoa sentir estes sintomas deve recorrer a um médico.




Que tipos de cancro do Pulmão existem?

A maior parte dos cancros do pulmão começam nos brônquios, denominando-se pelo nome de carcinoma brônquico. Os vários tipos deste cancro são o carcinoma epidermóide, o carcinoma de células pequenas, o carcinoma de células grandes e o adenocarcinoma.
A classificação das formas de cancro baseia-se no tamanho do tumor, na sua possível propagação aos gânglios linfáticos próximos ou a órgãos distantes. As diversas categorias denominam-se fases. Cada fase de um cancro tem o seu tratamento mais apropriado e permite ao médico estabelecer o prognóstico.




Como pode ser diagnosticado o Cancro do Pulmão?

Para encontrar a causa dos sintomas, o médico avalia a história médica da pessoa, história familiar de cancro e o histórico como fumador, especialmente se tem acessos de tosse persistente que pioram ou quando apresenta algum sintoma de perturbação pulmonar.
A maioria dos tumores do pulmão detecta-se através de uma radiografia ao tórax. Dado que uma radiografia não fornece uma prova segura de cancro, é necessário um exame ao microscópio a uma amostra de tecido ou noutro caso praticar uma Broncoscopia. Se o cancro for demasiado profundo para ser alcançado por um broncoscópio, o médico pode obter uma amostra mediante a inserção de uma agulha através da pele, enquanto efectua uma Tomografia Axial Computorizada (TAC), este procedimento denomina-se biopsia com agulha.

No caso de o doente possuir tumor brônquico não canceroso, este geralmente, extrai-se cirurgicamente, dado que podem obstruir os brônquios e tornarem-se cancerosos com o tempo.
Apesar de se poder extrair-se cirurgicamente entre 10% e 35% das formas de cancro, os resultados nem sempre são a cura. Entre os doentes submetidos à extracção, só entre 25% e 40% sobrevivem pelo menos durante 5 anos a contar do diagnóstico. Estes doentes devem submeter-se a controlos regulares porque o cancro do pulmão reincide em 6% a 12% dos doentes operados.
No caso dos indivíduos que continuam a fumar depois da intervenção a percentagem é muito mais elevada.
Quando o cancro se propaga para alem dos pulmões ou quando se situa demasiado perto da traqueia ou quando o individuo sofre de outra doença grave, como por exemplo, uma doença cardíaca ou pulmonar grave, nesse caso a cirurgia não é útil. Mas no caso de o indivíduo sofrer de outra doença grave pode aplicar-se radioterapia. Nestes casos o objectivo da radioterapia é retardar da evolução do cancro. No entanto, a Radioterapia pode inflamar os pulmões, ao qual se dá o nome de pneumonia por radiação, ocasionando tosse, dispneia e febre.
Nenhum tratamento de quimioterapia resulta particularmente eficaz, a não ser que o cancro do pulmão seja do tipo de células pequenas. Nesse caso, a cirurgia não é considerada uma opção válida, dado que quase sempre no momento do diagnóstico o carcinoma de células pequenas do pulmão já se propagou a outras partes diferentes do organismo. Em contrapartida, este cancro trata-se com quimioterapia por vezes combinada com radioterapia.
Outro tipo de tratamento é a terapia com oxigénio e os fármacos que dilatam as vias respiratórias, este tipo de tratamento é aconselhável a indivíduos que tenham dificuldades respiratórias. Em casos de cancro do pulmão avançado o doente sente dor e é tal a dificuldade para respirar que deve administrar-se-lhe um medicamento
narcótico em doses importantes durante a fase terminal, esse medicamento pode durar semanas ou até meses.



Que efeitos secundários podem surgir dos tratamentos?

Alguns efeitos secundários dependem, principalmente, do tipo de tratamento e da sua extensão (se são tratamentos locais ou sistémicos), mas também é necessário salientar que as pessoas não reagem todas da mesma forma aos tratamentos.
A cirurgia do cancro do pulmão é uma grande operação. Após a cirurgia do pulmão, o ar e os fluidos tendem a acumular-se no peito. Muitas vezes, a pessoa necessita de ajuda para se virar, tossir e respirar profundamente. No entanto, estas actividades são importantes para recuperação porque ajudam na expansão do restante tecido pulmonar e porque ajudam a eliminar o excesso de fluido e ar.
Depois de uma cirurgia deste tipo é comum haver dor ou fraqueza no peito e no braço, bem como falta de ar.



A quimioterapia afecta tanto as células normais como as cancerígenas. Os efeitos secundários dependem, essencialmente, dos fármacos específicos e da dose (quantidade de fármaco) administrada. Os efeitos mais comuns deste tipo de tratamento são náuseas e vómitos, perda de cabelo, feridas na boca e cansaço.

A radioterapia, tal como a quimioterapia, afecta não só as células cancerígenas como também as normais. Os efeitos mais comuns são a garganta seca e inflamada, dificuldade em deglutir, cansaço, alterações na pele no local do tratamento e perda de apetite. A terapêutica fotodinâmica torna a pele e os olhos sensíveis à luz, durante aproximadamente 6 semanas, ou mais, após o tratamento. A pessoa deverá ser alertada para evitar a luz do sol directa e luz forte interior durante, pelo menos, 6 semanas. Outros efeitos secundários desta terapêutica podem incluir tosse, dificuldade em engolir, dor ao respirar e falta de ar. A pessoa deverá falar com o médico relativamente ao que fazer se a pele apresentar bolhas, vermelhidão ou inchaço.
Em qualquer fase da doença podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.



Que cuidados de acompanhamento se devem ter com um doente de Cancro do Pulmão?

Depois de tratar o cancro do pulmão, é importante fazer avaliações gerais periódicas do estado de saúde, pois mesmo quando se pensa que o cancro foi completamente removido ou destruído, por vezes a doença reaparece: basta uma célula cancerígena não ter sido detectada e ter permanecido no organismo após o tratamento, para que o cancro reapareça, no mesmo local ou não.
Regularmente o médico avalia a recuperação do paciente através de exames físicos, radiografias ao tórax e testes laboratoriais.


Cancro do Ovário


Os ovários fazem parte do aparelho reprodutor feminino e estão localizados na pélvis. Cada ovário é mais ou menos do tamanho de uma amêndoa.
Os ovários produzem as hormonas femininas - estrogénio e progesterona e libertam óvulos que se deslocam a partir de cada ovário, através da trompa de Falópio em direcção ao útero.
O cancro do ovário (carcinoma do ovário) desenvolve-se sobretudo nas mulheres com 50 e 70 anos. Globalmente, cerca de 1 em cada 7 mulheres contrai esta doença. É o terceiro cancro mais frequente do aparelho reprodutor feminino, mas, em compensação, morrem mais mulheres de cancro do ovário do que de qualquer outro que afecte o aparelho reprodutor.
Os ovários incluem vários tipos de células, cada uma das quais pode transformar-se num tipo diferente de cancro. Foram identificados pelo menos 10 tipos diferentes de cancros ováricos, pelo que o tratamento e as perspectivas de recuperação diferem conforme o tipo específico.
As células ováricas cancerosas podem disseminar-se directamente até à área que as rodeia e, pelo sistema linfático, até outras partes da pélvis e do abdómen. As células cancerosas também podem propagar-se pela circulação sanguínea e, finalmente, aparecer em pontos distantes do corpo, sobretudo o fígado e os pulmões.


Sintomas:


O cancro do ovário em fase inicial não causa sintomas óbvios. Porém, à medida que o cancro evolui, podem surgir os seguintes sintomas:


- Pressão ou dor no abdómen, pélvis, costas ou pernas;


- Abdómen inchado ou sensação de “empanturrado”;


- Náuseas, indigestão, gases, obstipação (prisão de ventre) ou diarreia;


- Sensação constante de grande cansaço;


Alguns sintomas menos frequentes são:


- Falta de ar;


- Vontade constante de urinar;


- Hemorragias vaginais invulgares (períodos de grande fluxo ou hemorragia, após a menopausa)
Na maioria dos casos, estes sintomas não são indicadores de cancro, embora apenas o médico possa afirmá-lo com exactidão. As mulheres que apresentem estes sintomas devem informar o seu médico.



Prevenção:


- Amamentar;


- Fazer ligadura de trompa ou histerectomia (retira cirúrgica do útero) sem ter tido os seus ovários retirados;


- Uso de anticoncepcional oral;


- Redução da quantidade de gordura na dieta.



Factores de risco:


- Antecedentes familiares de cancro: As mulheres cuja mãe, filha(s) ou irmã(s) têm ou tiveram cancro do ovário apresentam um risco acrescido de desenvolver a doença. As mulheres com antecedentes familiares de cancro da mama, útero, cólon ou do recto podem, de igual modo, apresentar um risco acrescido para desenvolver cancro do ovário. O facto de algumas mulheres da mesma família terem tido cancro do ovário ou da mama, sobretudo em novas, é considerado um antecedente familiar muito forte. Se tal acontecer, poder-lhe-á ser sugerido que a própria, bem como as outras mulheres da família, realizem um teste genético; estes testes podem revelar a presença de determinadas alterações genéticas que aumentam o risco de cancro do ovário.


- Antecedentes pessoais de cancro: as mulheres que já tiveram cancro da mama, útero, cólon ou recto apresentam um risco acrescido de vir a desenvolver cancro do ovário.


- Idade superior a 55 anos: a maioria das mulheres diagnosticadas com cancro do ovário tem mais de 55 anos.


- Nunca ter engravidado: as mulheres com idade avançada e que nunca tenham engravidado, apresentam um risco acrescido de desenvolver cancro do ovário.


- Terapêutica hormonal na menopausa: alguns estudos sugerem que as mulheres que fazem terapêutica hormonal apenas com estrogénio (sem progesterona), durante 10 ou mais anos, podem apresentar um risco acrescido de desenvolver cancro do ovário.



Rastreio:


- Exame físico: o médico avalia o estado geral do doente, pressionando o abdómen para verificar a existência de um tumor ou uma acumulação anormal de líquido (ascite). Pode ser retirada uma amostra de líquido para a identificação de possíveis células cancerígenas do ovário.


- Exame pélvico: o médico palpa os ovários e órgãos adjacentes para verificar a presença de “caroços” ou outras alterações de formato ou tamanho. O teste de Papanicolau faz parte do exame pélvico normal, mas não é utilizado para recolher células do ovário: pode permitir a detecção do cancro do colo do útero não sendo, no entanto, utilizado no diagnóstico do cancro do ovário.


- Análises ao sangue: o médico poderá requisitar análises ao sangue. O laboratório pode avaliar os níveis de várias substâncias, como o CA-125. O CA-125 é uma substância que se encontra na superfície das células cancerígenas do ovário e de alguns tecidos normais. Se a sua concentração for elevada, pode ser um sinal de cancro ou de outras perturbações. A análise do CA-125 não é utilizada no diagnóstico do cancro do ovário, mas este teste pode monitorizar a resposta ao tratamento do cancro do ovário e para detectar recidivas após o tratamento.


- Ecografia: o aparelho de ecografia utiliza ondas ultrassónicas, que não são audíveis para o ser humano. O aparelho emite ondas sonoras para os órgãos localizados no interior da pélvis, que as reflectem. O computador cria uma imagem a partir dos ecos reflectidos, que pode revelar um tumor do ovário. Para melhor visualização dos ovários, o dispositivo pode ser inserido na vagina (ecografia transvaginal).


- Biópsia: uma biopsia consiste na recolha de tecidos ou líquido para determinar a presença de células cancerígenas. Com base nos resultados das análises ao sangue e da ecografia, o médico poderá sugerir a realização de uma cirurgia (laparotomia) para remover tecido e líquido da pélvis e do abdómen. Geralmente, é necessária uma cirurgia para diagnosticar o cancro do ovário.


Tratamento:


O médico pode descrever as possíveis opções de tratamento e resultados esperados. A maioria das mulheres é submetida a cirurgia e quimioterapia. A radioterapia raramente é utilizada.
O tratamento do cancro pode afectar células cancerígenas na pélvis, no abdómen ou em todo o corpo:


Tratamento local: a cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais, que removem ou destroem o cancro do ovário na pélvis. Quando o cancro atinge outras zonas do organismo, o tratamento local pode ser utilizado para controlar a doença nessas áreas específicas.
Quimioterapia intraperitoneal: a quimioterapia pode ser administrada directamente no abdómen e na pélvis através de um tubo fino. Os fármacos destroem ou controlam o cancro no abdómen e na pélvis.


Quimioterapia sistémica: este tratamento é designado por sistémico, uma vez que os fármacos entram na corrente sanguínea e podem afectar todas as células.
Cinco anos depois do diagnóstico, o índice de sobrevivência das mulheres com os tipos mais frequentes de cancro do ovário é de 15 % a 85 %. Esta margem tão ampla reflecte diferenças na agressividade de certos cancros e nas diversas respostas imunológicas face ao cancro entre as mulheres.

Cancro do Estômago


O estômago faz parte do aparelho digestivo. Está localizado no abdómen superior, debaixo das costelas. A porção superior do estômago está ligada ao esófago e a porção inferior conduz ao intestino delgado.
Quando os alimentos entram no estômago, os músculos da parede do estômago criam um movimento ondulado, que mistura e esmaga os alimentos. Simultaneamente, os sucos produzidos pelas glândulas do revestimento do estômago ajudam a digerir os alimentos. Após cerca de 3 horas, os alimentos transformam-se num líquido, que segue para o intestino delgado, onde continua o processo da digestão.
O cancro do estômago, também chamado de cancro gástrico, pode desenvolver-se em qualquer parte do estômago, e pode "espalhar-se", ou seja, disseminar-se, através do estômago e para outros órgãos. Pode crescer ao longo da parede do estômago, para o esófago ou para o intestino delgado. Pode, ainda, atravessar a parede do estômago e "invadir" os gânglios linfáticos, órgãos como o fígado, pâncreas e cólon. O cancro do estômago pode, também, propagar-se para órgãos distantes, como os pulmões, ovários e para os gânglios linfáticos acima da clavícula.



Sintomas:


O cancro do estômago pode ser difícil de detectar precocemente. Geralmente, não há sintomas nos estádios iniciais e, em muitos casos, antes de ser detectado, o tumor já está metastizado. Quando há sintomas, geralmente são vagos, ou seja, não específicos, e a pessoa ignora-os.

O cancro do estômago pode provocar os seguintes sintomas:


Indigestão ou sensação de ardor (azia);


Desconforto ou dor no abdómen;


Náuseas e vómitos;


Diarreia ou obstipação;


Dilatação do estômago, após as refeições;


Perda de apetite;


Fraqueza e cansaço;


Hemorragia (vómito de sangue ou sangue nas fezes).



Factores de risco:


A verdadeira causa do cancro do estômago não se conhece, mas identificaram-se vários factores de risco. Por um lado, existem famílias com uma elevada incidência da doença, o que sugere a existência de uma predisposição genética transmitida hereditariamente.
Por outro lado, pensa-se que determinados hábitos alimentares, como o regular consumo de líquidos e comidas muito quentes ou com alimentos excessivamente condimentados, assim como o elevado consumo de gramíneas, de guisados e salgados ou de produtos com um alto teor de nitratos, podem favorecer o seu desenvolvimento, explicando assim a sua desigual frequência nas diversas regiões do planeta.
Verifica-se, também, uma especial incidência de cancro do estômago nas pessoas que previamente sofreram determinadas doenças gástricas, como gastrite crónica de longa evolução, gastrite hipertrófica e tumores benignos do tipo pólipos.



Rastreio:

Se apresentar quaisquer sinais ou sintomas de cancro do estômago, o médico deverá confirmar se são provocados por um tumor ou por qualquer outra causa. O médico irá fazer algumas perguntas relacionadas com a história clínica e familiar, bem como fazer um exame físico. Pode, ainda, pedir análises, raios-X ou outros exames.

Para detectar a causa dos sintomas, podem ser usados os seguintes testes

Pesquisa de sangue oculto nas fezes (FOBT): por vezes, o cancro do estômago provoca hemorragias que não se conseguem ver, e sangra. Através desta pesquisa (FOBT), podem ser detectadas pequenas quantidades de sangue nas fezes. Se nesta análise for detectado sangue, serão necessários testes adicionais para encontrar a origem do sangue. Há situações benignas, como as hemorróidas, que podem provocar sangue nas fezes.

Radiografia (raios-X) com contraste do esófago e do estômago (tracto gastrointestinal superior) - trânsito esófago-gastro-duodenal: a radiografia é realizada depois da pessoa ter bebido uma solução de bário, um líquido grosso e esbranquiçado (ingestão de papa). O bário delimita o estômago, no raio-X, ajudando o médico a encontrar tumores ou outras áreas anómalas. Durante o exame, o médico pode bombear ar para o estômago, de modo a tornar mais visíveis os tumores pequenos.

Endoscopia: exame do estômago e do esófago, usando um tubo fino e iluminado, chamado de gastroscópio, que é inserido através da boca, seguindo pelo esófago até ao estômago. A garganta da pessoa é pulverizada com um anestésico local, para reduzir o desconforto e os vómitos. Podem, ainda, ser administrados medicamentos relaxantes. Através do gastroscópio, o médico pode ver directamente para dentro do estômago. Se encontra uma área anormal, pode remover algum tecido, através do gastroscópio. Depois, um patologista examina o tecido, ao microscópio, para verificar se existem células cancerígenas. A este procedimento - remoção de tecido e exame ao microscópio - chama-se biópsia. A biópsia é o único método seguro para saber se há células cancerígenas.



Tipos e evolução:


O cancro do estômago tem normalmente a sua origem nas capas mais superficiais da parede gástrica, podendo difundir-se a partir daí, segundo diversas modalidades.


• Carcinoma invasivo: o tumor cresce dentro da parede do estômago, invadindo toda a sua espessura. Ao atravessar a parede gástrica, difunde-se directamente nos órgãos contíguos, propagando-se a outros mais distantes através das vias linfática e sanguínea, provocando a sua metástase em fases relativamente precoces.

• Carcinoma ulceroso: o tumor desenvolve-se como uma lesão erosiva na superfície do estômago e adopta um aspecto parecido ao da úlcera gástrica, com a qual pode ser confundido tanto na lesão como nos sintomas.


• Carcinoma polipóide: o tumor cresce até à entrada da cavidade gástrica, adoptando uma forma poliposa.



Tratamento:



O principal recurso terapêutico do cancro do estômago corresponde à cirurgia, ou seja, à remoção do tumor e de uma parte mais ou menos ampla do estômago ou, por vezes, à total extracção do órgão. A técnica empregue e a sua utilidade dependem das características do cancro no momento da intervenção. Às vezes, basta eliminar o tumor e um sector limitado da parede gástrica, mas noutras ocasiões há que extrair a maior quantidade possível de massa tumoral e proceder à reparação dos órgãos vizinhos infiltrados.
Como complemento da cirurgia paliativa, pode-se utilizar a radioterapia (aplicação de radiações), para travar o desenvolvimento do tumor e aliviar os sintomas.
Como complemento da cirurgia efectuada com pretensão curativa recorre-se à quimioterapia (administração de fármacos anti-cancerosos) a fim de evitar o desenvolvimento de metástases e melhorar o prognóstico.

Cancro do Colo do Útero


O colo do útero faz parte do aparelho reprodutor feminino. É a parte inferior e mais estreita do útero (“ventre”). O útero é um órgão oco, em forma de pêra, situado no abdómen inferior. O colo do útero liga o útero à vagina que, por sua vez, conduz ao exterior do corpo.
O cancro do colo do útero localiza-se no cérvix – a zona inferior do útero que o liga à vagina.Apesar do rastreio para a sua detecção numa fase inicial, o cancro do colo do útero permanece a segunda maior causa de morte (a seguir ao cancro da mama) entre mulheres jovens (idades compreendidas entre os 15 – 44), na Europa .Na Europa, são anualmente diagnosticados cerca de 33.500 cancros do colo do útero e 15.000 mulheres morrem em consequência da doença por ano (o equivalente a 40 mulheres por dia e duas mulheres por hora).



Factores de risco:



Nem sempre se consegue explicar por que é que algumas mulheres desenvolvem cancro do colo do útero e outras não. Contudo, sabe-se que uma mulher com determinados factores de risco está mais predisposta do que outras a desenvolver cancro cervical. Um factor de risco é algo que aumenta a possibilidade de se vir a desenvolver a doença. Estudos efectuados identificaram alguns factores que podem aumentar o risco de desenvolver cancro do colo do útero. Quando presentes em simultâneo, estes factores aumentam ainda mais o risco:



- Vírus do papiloma humano (HPV): a infecção por HPV é o principal factor de risco para o cancro do colo do útero. O HPV é um conjunto de vírus que pode infectar o colo do útero. As infecções por HPV são muito frequentes. Estes vírus podem ser transmitidos de pessoa para pessoa através de contacto sexual, sendo que a maioria dos adultos já foi num dado momento da sua vida infectada com HPV. Alguns tipos de HPV podem provocar alterações nas células do colo do útero, alterações essas que podem originar verrugas, cancro e outras complicações genitais. Os médicos devem verificar se há sinais de HPV, mesmo que não existam verrugas ou outros sintomas. Se uma mulher tiver uma infecção por HPV, o médico pode sugerir algumas formas de evitar o contágio a outras pessoas. O exame de Papanicolau pode detectar alterações nas células do colo do útero causadas por HPV.O tratamento destas alterações celulares pode evitar o desenvolvimento de cancro do colo do útero. Existem vários métodos de tratamento, designadamente congelar ou queimar o tecido infectado. Pode também ser utilizada medicação.



- Não realizar o exame de Papanicolau regularmente: o cancro do colo do útero é mais frequente em mulheres que não realizam periodicamente o exame de Papanicolau. Este exame possibilita a detecção de células pré-cancerígenas. O tratamento das alterações cervicais pré-cancerígenas previne, muitas vezes, o desenvolvimento de cancro.



- Sistema imunitário enfraquecido (o sistema de defesa natural do organismo): as mulheres infectadas com VIH (o vírus que provoca SIDA) ou sob medicação inibidora do sistema imunitário, apresentam risco aumentado de desenvolver cancro do colo do útero. Nestas mulheres, os médicos recomendam o rastreio regular do cancro do colo do útero.



- Idade: o cancro do colo do útero ocorre com maior frequência a partir dos 40 anos de idade.



- História sexual: as mulheres que tenham tido muitos parceiros sexuais apresentam risco aumentado para o desenvolvimento do cancro do colo do útero. As mulheres que tenham tido relações sexuais com homens que, por sua vez, tenham tido muitas parceiras sexuais, apresentam também maior risco de desenvolver cancro do colo do útero. Em ambos os casos, o risco é acrescido, uma vez que estas mulheres têm maior risco de infecção por HPV.



- Tabagismo: as mulheres fumadoras com infecção por HPV apresentam um risco acrescido de desenvolver cancro do colo do útero.



- Tomar a pílula durante longos períodos de tempo: tomar a pílula durante longos períodos de tempo (5 anos ou mais) pode aumentar o risco de desenvolver cancro do colo do útero, em mulheres infectadas por HPV.



- Ter muitos filhos: estudos efectuados sugerem que as mulheres infectadas por HPV que tenham muitos filhos, podem apresentar risco acrescido para o desenvolvimento de cancro do colo do útero.




Sintomas:

As alterações pré-cancerígenas e os cancros precoces do colo do útero não tendem a provocar dor ou outros sintomas. É importante não esperar até surgirem dores para consultar o médico.
Quando a doença se agrava, a mulher pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:


- Hemorragia vaginal anormal


-Hemorragia entre períodos menstruais regulares.


-Hemorragia após relação sexual, irrigação vaginal ou exame pélvico


Períodos menstruais mais prolongados e intensos do que anteriormente
Hemorragias após a menopausa


- Aumento do corrimento vaginal


- Dor pélvica


- Dor durante as relações sexuais



Causas:

Ao contrário de muitos outros cancros, a principal causa do cancro do colo do útero não é hereditária. De facto, a causa desta forma de cancro é sempre um vírus. Este vírus é o chamado Papilomavírus Humano que consegue transformar as células do colo uterino, provocando lesões, que em alguns casos progridem para lesões cancerosas. Existem vários tipos de Papilomavírus Humano. A maioria são inofensivos, mas outros podem ser bastante perigosos para a saúde humana, como os que estão na origem do cancro do colo do útero.



Prevenção/Detecção:



O rastreio é fundamental para detectar alterações cervicais antes da manifestação de sintomas. O rastreio permite ao médico detectar células anómalas antes do cancro se desenvolver. A identificação e o tratamento de células anómalas pode prevenir a maioria dos cancros cervicais. O rastreio pode, também, ser útil para detectar cancros precoces, numa altura em que o tratamento tem maior probabilidade de ser eficaz.
Nas últimas décadas, o número de casos de cancro do colo do útero diagnosticados anualmente tem vindo a diminuir, fenómeno que se deve, sobretudo, ao sucesso do rastreio.
Os médicos recomendam às mulheres que efectuem regularmente o exame de Papanicolau, de forma a reduzir o risco de desenvolver cancro do colo do útero. O exame de Papanicolau (por vezes designado por esfregaço Papanicolau ou esfregaço cervical) é um procedimento simples utilizado para analisar as células cervicais que, em geral, não é doloroso. O exame de Papanicolau realiza-se num consultório médico ou clínica, durante o exame pélvico. O médico ou a enfermeira recolhe (“raspa”) uma amostra de células do colo do útero, colocando-as, posteriormente, numa lâmina de vidro (esfregaço). Num tipo novo de exame de Papanicolau (citologia líquida), as células são mergulhadas num pequeno recipiente com líquido; um aparelho especial coloca as células nas lâminas. Nos 2 tipos de exame de Papanicolau, o laboratório analisa ao microscópio as células nas lâminas para detecção de quaisquer anomalias.

Os exames de Papanicolau podem detectar cancro do colo do útero ou células anómalas, que podem levar ao desenvolvimento deste tipo de cancro. Por isso:


- As mulheres devem começar a realizar o exame de Papanicolau 3 anos após terem iniciado a sua actividade sexual ou aos 21 anos (o que ocorrer primeiro).


- A maioria das mulheres deverá realizar um exame de Papanicolau, pelo menos, de 3 em 3 anos.


- As mulheres com idades compreendidas entre os 65 e os 70 anos e que, durante os últimos 10 anos, tenham realizado pelo menos três exames de Papanicolau com resultados normais e nenhum exame com alterações, podem decidir, depois de abordar a questão com o seu médico, deixar de realizar o rastreio do cancro do colo do útero.


- As mulheres que tenham sido submetidas a histerectomia (cirurgia) para remoção do útero e do colo do útero, também designada por histerectomia total, não necessitam de realizar o rastreio do cancro do colo do útero. Contudo, se a cirurgia tiver constituído um tratamento para células pré-cancerígenas, deve-se continuar a realizar o rastreio. As mulheres devem falar com o médico sobre quando começar a realizar o exame de Papanicolau, a sua frequência e quando podem deixar de o fazer. Isto é particularmente importante para mulheres com risco aumentado para o desenvolvimento de cancro do colo do útero.





Diagnóstico:



Se uma mulher apresentar um dos sintomas típicos ou um resultado do exame de Papanicolau que possa sugerir a presença de células pré-cancerígenas ou de cancro do colo do útero, deverá fazer:



- Colposcopia: utilização de um colposcópio para analisar o colo do útero. O colposcópio associa uma luz brilhante a uma lente de aumento para facilitar a visualização do tecido. Não é inserido na vagina. Em geral, a colposcopia realiza-se num consultório médico ou clínica.


- Biópsia: o médico recolhe tecido para proceder à pesquisa de células pré-cancerígenas ou cancerígenas. A maioria das biópsias são feitas no consultório médico mediante anestesia local. Posteriormente, o tecido será examinado por microscopia por um patologista.


Biópsia por punção: o médico utiliza um dispositivo oco e afiado para retirar pequenas quantidades de tecido cervical.


LEEP: o médico utiliza um fio eléctrico com laço para cortar uma porção fina e arredondada de tecido.


Curetagem endocervical: o médico utiliza uma cureta (pequeno instrumento em forma de colher) para raspar uma pequena amostra de tecido do canal cervical. Pode utilizar-se uma escova fina e macia em vez da cureta.


Biópsia em cone: o médico recolhe uma amostra de tecido em forma de cone. A biópsia em cone, ou conização, permite ao patologista observar se existem células anómalas no tecido abaixo da superfície do colo do útero. Este exame pode ser feito no hospital mediante anestesia geral. A biópsia em cone pode ainda ser utilizada para remover uma zona pré-cancerígena.

A remoção de tecido do colo do útero pode provocar hemorragia ou corrimento. Regra geral, a zona cicatriza rapidamente. A mulher pode sentir alguma dor, semelhante às dores menstruais, e desconforto que é possível aliviar com medicação.




Tratamento:



A escolha do tratamento depende sobretudo da dimensão do tumor e da sua possível disseminação. Para uma mulher em idade fértil, a escolha do tratamento pode ainda depender da sua intenção, ou não, de engravidar.
O médico poderá descrever-lhe as opções de tratamento e os resultados esperados para cada um deles. O médico e o doente podem trabalhar em conjunto no desenvolvimento de um plano terapêutico adaptado às necessidades médicas e aos valores pessoais do doente.
As mulheres com cancro do colo do útero podem ser tratadas através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, radioterapia com quimioterapia ou uma combinação dos três métodos.
Em qualquer estádio da doença, as mulheres com cancro do colo do útero podem ser medicadas no sentido de controlar a dor e outros sintomas, para aliviar os efeitos secundários dos tratamentos e para atenuar problemas práticos e emocionais. Este tipo de tratamento é designado por cuidados de suporte, gestão dos sintomas ou cuidados paliativos.

Cirurgia
A cirurgia trata o cancro localmente, no colo do útero e na área adjacente ao tumor.
A maioria das mulheres com cancro do colo do útero precoce é submetida a cirurgia para remover o colo do útero e o útero (histerectomia total). Contudo, em estadios de evolução muito precoces (estadio 0) de cancro do colo do útero, pode não ser necessário realizar uma histerectomia. Entre outras formas de excisão do tecido cancerígeno contam-se a biópsia core, a criocirurgia, a cirurgia laser ou LEEP.
Algumas mulheres necessitam de efectuar uma histerectomia radical. Na histerectomia radical é removido o útero, o colo do útero e parte da vagina. Tanto na histerectomia total como na histerectomia radical, podem remover-se as trompas de Falópio e os ovários. A este procedimento dá-se o nome de salpingo-ooforectomia.


Radioterapia
A radioterapia (terapia por radiação) utiliza raios de alta energia para matar as células cancerígenas, afectando apenas as células da região tratada.
As doentes podem ser submetidas a radioterapia, radioterapia com quimioterapia ou quimioterapia com cirurgia. Para um pequeno número de mulheres que não possam ser submetidas a cirurgia por motivos clínicos, o médico pode sugerir a radioterapia como alternativa à cirurgia. A maioria das mulheres com cancro disseminado é submetida a radioterapia com quimioterapia. Para cancros que atingiram órgãos distantes, apenas a radioterapia é eficaz.

Quimioterapia
A quimioterapia utiliza fármacos anti-neoplásicos para matar as células cancerígenas. É considerado um tratamento sistémico, uma vez que os fármacos entram na corrente sanguínea e afectam as células de todo o corpo. No tratamento do cancro do colo do útero é usual combinar a quimioterapia com a radioterapia. Em cancros que se disseminaram para órgãos distantes pode utilizar-se apenas quimioterapia.
Os fármacos anti-neoplásicos usados no tratamento do cancro do colo do útero são geralmente administrados por via intravenosa. Regra geral, as mulheres são submetidas ao tratamento no hospital em regime de ambulatório, no consultório médico ou em casa. Durante o tratamento, as doentes raramente necessitam de ser hospitalizadas.

sábado, 22 de maio de 2010

Cancro do Cérebro


O cancro do cérebro é um tumor maligno que se desenvolve mais ou menos rapidamente. Distingue-se das metástases cerebrais, que são ramificações de um cancro com origem noutro órgão. À medida que o tumor se expande, aumenta a pressão no interior do crânio com danos graves para o cérebro. Porém não é só o aumento do volume do tumor que faz aumentar a pressão intracraniana. Geralmente o tumor provoca uma reacção no tecido que o circunda levando à acumulação de líquido peritumoral - edema cerebral - que aumenta a pressão sobre o cérebro provocando várias complicações. Os doentes apresentam então sintomas como: dores de cabeça, mal-estar, náuseas ou vómitos, alterações do equilíbrio e da visão. Por vezes também têm crises convulsivas e modificações do comportamento.
O cancro do cérebro pode adquirir múltiplas formas (ou tipos de tumor) que têm designações diferentes de acordo com o tipo de células que originou tumor.
Alguns tumores cerebrais afectam as crianças, outros os jovens, mas a maior parte desenvolve-se na idade média da vida. O glioblastoma é o tipo mais frequente de tumor cerebral. Este tumor desenvolve-se a partir do tecido conjuntivo que suporta o sistema nervoso, o tecido glial. Um outro tipo comum de tumor cerebral é o meduloblastoma ou cancro do cerebelo que afecta sobretudo as crianças e tem uma evolução muito rápida.


Sintomas:

Os sintomas dos tumores cerebrais dependem do tamanho, tipo e localização do tumor. Os sintomas podem surgir quando o tumor comprime um nervo ou danifica determinada área do encéfalo. Os sintomas podem ainda surgir quando o encéfalo incha ou o líquido dentro do crânio aumenta.


Os sintomas mais frequentes dos tumores cerebrais são os seguintes:


- Dores de cabeça (geralmente mais fortes de manhã)


- Náuseas ou vómitos


- Alterações na fala, visão ou audição


- Dificuldade em manter o equilíbrio ou andar


- Alterações de humor, personalidade ou capacidade de concentração


- Problemas de memória


- Espasmos ou tremores musculares (ataques epilépticos convulsões)


- Enfraquecimento ou formigueiro nos braços ou pernas


Estes sintomas não constituem sinais óbvios da existência de tumor cerebral, uma vez que podem dever-se a outras situações. As pessoas que apresentarem estes sintomas devem consultar o seu médico o mais rapidamente possível. Estes problemas só podem ser diagnosticados e tratados por um médico.



Prevenção:


A pessoa tem de estar atento a certos sintomas, como dores de cabeça, má disposição, etc. Mal sinta estes sintomas, deve consultar o seu médico.





Factores de risco:


- Sexo – De modo geral, os tumores cerebrais são mais frequentes nos homens do que nas mulheres. Contudo, os meningiomas ocorrem sobretudo em mulheres.


- Raça – Os tumores cerebrais surgem mais frequentemente em caucasianos do que noutras raças.


- Idade – A maioria dos tumores cerebrais é detectada a partir dos 70 anos. No entanto, os tumores cerebrais são o segundo tipo de cancro mais frequente nas crianças (a leucemia é o cancro mais frequente na infância). Os tumores cerebrais são mais frequentes em crianças com menos de 8 anos.


- Antecedentes familiares – As pessoas com familiares que desenvolveram gliomas podem ter maior probabilidade de desenvolver esta doença.
Exposição a radiação ou a certos químicos no local de trabalho.


- Radiação – Os trabalhadores da indústria nuclear apresentam um risco acrescido de desenvolver um tumor cerebral.


- Formaldeído – Ospatologistas e embalsamadores que trabalhem com formaldeído têm um risco acrescido de desenvolver um tumor cerebral. Não se observou risco acrescido de desenvolver tumores cerebrais noutros trabalhadores expostos ao formaldeído.


- Cloretos de Vinilo – Os trabalhadores da indústria de plástico podem estar expostos ao cloreto de vinilo. Este químico pode aumentar o risco de desenvolver tumores cerebrais.


- Acrilonitrilo – Os trabalhadores da indústria têxtil e dos plásticos podem estar expostos ao acrilonitrilo. Este químico pode aumentar o risco de desenvolver tumores cerebrais.



Rastreio:

- Exame físico – O médico verifica os sinais gerais de saúde.


- Exame neurológico – O médico verifica a agilidade, força muscular, coordenação, reflexos e resposta à dor. O médico também examina os olhos para identificar edemas que possam ser provocados pela compressão do tumor no nervo óptico, que liga o olho ao encéfalo.


- Tomografia Axial Computorizada (TAC) – Através de um aparelho de raios X ligado a um computador, é possível obter várias imagens da cabeça. Poderá ser administrado material de contraste para se observar o encéfalo com maior nitidez. O material de contraste permite observar os órgãos e os tecidos de tumores cerebrais.


- Ressonância Magnética – Um íman gigante ligado a um computador permite obter imagens detalhadas do interior do corpo. Estas imagens são visualizadas num monitor e podem ser impressas. Por vezes, é injectado um contraste para ajudar a visualizar diferenças nos tecidos cerebrais. As imagens podem evidenciar um tumor ou outro problema cerebral.




Tratamento:


Os doentes com tumores cerebrais dispõem de várias opções de tratamento. Consoante o tipo de tumor e o seu estádio, os doentes podem ser submetidos a cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Alguns doentes recebem um tratamento combinado.
Em qualquer estádio de evolução da doença, os doentes podem receber tratamento para controlar a dor e outros sintomas, para atenuar os efeitos secundários do tratamento e para reduzir os problemas emocionais. Este tipo de tratamento é designado por controlo dos sintomas, cuidados de suporte ou cuidados paliativos.






Reabilitação:


A reabilitação pode constituir uma etapa fundamental do plano terapêutico. Os objectivos da reabilitação dependem das necessidades do doente e dos efeitos do tumor nas suas actividades diárias. A equipa médica pode ajudar o doente a retomar as suas actividades normais o quanto antes. Vários tipos de terapeutas podem ajudar:

- Fisioterapeutas – Os tumores cerebrais e seu tratamento podem provocar paralisia, para além de fraqueza e perturbações do equilíbrio. Os fisioterapeutas ajudam os doentes a recuperar a força e o equilíbrio.


- Terapeutas da fala – Os terapeutas da fala ajudam os doentes com dificuldade em falar, exprimir pensamentos ou engolir.


- Terapeutas ocupacionais – Os terapeutas ocupacionais ajudam os doentes a aprender a levar a cabo as actividades do quotidiano, como comer, ir à casa de banho, tomar banho e vestir-se.

As crianças com tumores cerebrais podem ter necessidades especiais. Por vezes, as crianças dispõem de explicadores no hospital ou em casa. As crianças com dificuldades de aprendizagem ou memória poderão ter de recorrer a explicadores ou integrar turmas especiais quando voltam para a escola.
Mas, apesar do tratamento, só 25 % dos doentes com cancro no cérebro vivem mais de dois anos. O prognóstico é ligeiramente melhor em tumores como os astrocitomas e os oligodendrogliomas, os quais não costumam reproduzir-se durante os 3 a 5 anos posteriores ao tratamento. Cerca de 50 % dos doentes tratados por um meduloblastoma sobrevivem mais de 5 anos.
O tratamento do cancro cerebral tem mais possibilidades de êxito em pessoas com menos de 45 anos, nas que sofrem de astrocitoma anaplásico em vez de glioblastoma multiforme e naquelas cujo tumor pode ser extirpado cirurgicamente em grande parte ou na sua totalidade.

Cancro da prostata


O cancro da próstata é extremamente frequente, ainda que a sua causa exacta seja desconhecida. Quando se examina ao microscópio o tecido prostático obtido numa intervenção cirúrgica ou numa autópsia, encontra-se cancro em 50 % dos homens com mais de 70 anos e praticamente em todos com mais de 90. A maioria destes cancros nunca manifesta sintomas porque crescem muito lentamente. No entanto, alguns cancros da próstata crescem de forma mais agressiva e propagam-se por todo o corpo. Apesar de menos de 3 % dos homens que sofrem desta doença morrerem por causa dela, em muitos países o cancro da próstata é ainda a segunda causa de morte mais frequente entre os homens.



Sintomas:


- Problemas urinários.


- Incapacidade de urinar, ou dificuldade em iniciar ou parar o fluxo de urina.


- Necessidade frequente de urinar, principalmente à noite.


- Fluxo de urina fraco ou intermitente.


- Dor ou ardor durante a micção.


- Dificuldade em ter uma erecção.


- Sangue na urina ou no sémen.


- Dor frequente na zona inferior das costas, nas ancas ou na zona superior das coxas.





Prevenção:


Recomenda-se como medida de prevenção que a partir dos 45 anos todos os homens façam por rotina o doseamento do PSA bem como uma consulta no urologista, anualmente até aos 50 anos e duas vezes por ano a partir dos 50 anos. Poderá assim, em caso de alteração destes parâmetros, desencadear as medidas adequadas que poderão levar a um diagnóstico precoce de cancro da próstata tornando as opções terapêuticas curativas.



Factores de Risco:




- Idade: a idade é o factor de risco mais importante para o cancro da próstata. Esta doença é rara em homens com menos de 45 anos, embora a probabilidade aumente exponencialmente com o avanço da idade. A maioria dos homens com cancro da próstata, têm mais de 65 anos.


- História familiar: o risco de um homem ter cancro da próstata, é mais elevado do que a média, se o seu pai ou irmão tiveram a doença.


- Raça: o cancro da próstata é mais comum nos homens de raça negra, do que de raça branca (caucasiana), incluindo os homens brancos hispânicos. É menos comum entre os homens Asiáticos e os Índios americanos.


- Determinadas alterações da próstata: apresentar células anómalas, chamadas neoplasia intra-epitelial da próstata ( PIN ) de grau elevado, pode aumentar o risco de cancro da próstata. Estas células da próstata apresentam um aspecto anómalo, quando observadas ao microscópio.


- Dieta: alguns estudos sugerem que homens que fazem uma dieta rica em gordura animal, ou em carne, podem ter risco aumentado de ter cancro da próstata. Do mesmo modo, homens que façam uma dieta rica em frutos e vegetais, podem apresentar um risco mais baixo.



Tratamento:


O tratamento do cancro da próstata pode envolver a cirurgia, radioterapia, terapêutica hormonal (hormonoterapia) ou apenas observação. Poderá fazer terapêuticas combinadas.

- Cirurgia: prostatectomia, que consiste na ressecção da próstata;


- Radioterapia que inclui duas modalidades:


- Radioterapia externa: aplicação de radiações a partir de uma fonte externa (é a radioterapia mais utilizada na generalidade das situações, que não o cancro da próstata);


- Braquiterapia ou “sementes” como muitas vezes são designados pequenos fragmentos de material emissor de radiações que são introduzidos na própria próstata.

- Hormonoterapia: utilização de agentes farmacológicos que antagonizam o efeito estimulante dos androgénios. Estes são hormonas sexuais masculinas (testosterona) cuja acção leva ao crescimento do cancro da próstata. Antagonizando-se os androgénios consegue-se uma inibição do desenvolvimento do cancro da próstata.

- Quimioterapia: nalgumas situações pode também estar indicado o uso de quimioterapia.

Cancro da Pele


O cancro de pele é o crescimento anormal e desorganizado das células da pele. Surge com maior frequência na raça branca, depois dos 40 anos e geralmente é provocado por exposições excessivas ao sol. É mais frequente na camada externa da pele (epiderme), o que permite visualizar o cancro na fase inicial.


Sinais e Sintomas:


- No melanoma o tumor é geralmente de bordos irregulares, a cor é diferente dentro da mesma zona, desde o castanho, preto, laranja ou azul.


- Pode surgir como uma bolha de sangue sob uma unha, sem a pessoa se magoar.


- Aumento do tamanho e forma de um sinal novo ou já existente.


- Alteração da pele á volta do sinal, pode ficar vermelha, com ferida, crosta, com comichão ou dor.


- Nas mulheres aparece com maior frequência nos braços e pernas, nos homens na cabeça, pescoço e tronco.





Factores de risco:


- Ter pele clara, com sardas e muitos sinais.


- Ter cabelo ruivo ou louro, olhos claros.


- Dificuldades em se bronzear, sofrendo queimaduras solares facilmente.


- Exposições prolongadas ao sol ou em horas de maior incidência das radiações solares.
- Já ter sofrido queimadura solar.


- Antecedentes de melanoma em familiares.


- Não usar protector solar adequado ao tom de pele, mesmo depois de bronzeado.


- Não usar roupa apropriada, chapéu e óculos de sol.






Prevenção:


A melhor forma de prevenir o cancro de pele é proteger-se do sol. As crianças, em particular, devem ser bem protegidas. Os médicos recomendam a todas as pessoas que limitem o tempo de exposição ao sol e evitem outras fontes de radiação UV.




- Sempre que possível, deve evitar a exposição sol do meio do dia (do meio da manhã até ao fim da tarde). Também se deve proteger da radiação UV reflectida pela areia, água, neve e gelo. A radiação UV pode atravessar roupas finas, pára-brisas, janelas e nuvens.


- Procure usar roupa com mangas e pernas compridas de tecido forte, um chapéu de aba larga e óculos de sol que absorvam as radiações UV.


- Utilize loções com protector solar. Os protectores solares podem ajudar a prevenir o cancro de pele, especialmente os de largo espectro (filtram os raios UVB e UVA), com um factor de protecção solar (FPS) de pelo menos 15. Apesar do uso destes protectores, deve evitar a exposição prolongada ao sol.


- Não se recomenda o uso de lâmpadas ultravioletas e de solários.


Diagnóstico:


O médico especialista (dermatologista) ou cirurgião fazem o diagnóstico através da observação da pele e confirmam com a realização de uma biópsia (recolha de um pequeno bocado de pele para analisar no laboratório de anatomia patológica). O médico pode optar por retirar o tumor em vez de fazer a biopsia. Desta forma manda analisar o tumor todo para se certificar que não ficaram células com cancro.


Tipos de cancro da pele:


Conforme as células afectadas consideram-se 3 tipos de cancro: o basalioma ou cancro basocelular, o carcinoma espinocelular ou pavimento celular e o melanoma maligno.

- O basalioma é o mais comum, aparece por volta dos 40 anos, em pessoas de pele clara, nas zonas do corpo que sofreram exposições prolongadas ao sol (cara, pescoço, mãos e pernas). É de cor rosada brilhante e cresce de forma lenta. O tratamento é feito com uma pequena cirurgia, se for na fase inicial.

- O cancro espinocelular atinge pessoas mais velhas que as do basalioma, na zona da pele exposta por maiores períodos ao sol. São ambos característicos de certas profissões como trabalhadores agrícolas e da construção civil. Surge a partir de lesões já existentes na pele, cicatrizes de queimaduras ou cortes que não curam e apresentam crescimento irregular dos bordos. Desenvolve-se mais rápido que o anterior. Na pele cresce uma espécie de nódulo que sangra facilmente. Se não for tratado na fase inicial pode invadir outros órgãos e levar à morte.

- O melanoma é o cancro mais agressivo do organismo e o mais perigoso dentro dos da pele. É característico de pessoas mais jovens que os anteriores. Tem origem nas células responsáveis pela coloração da pele. Ao contrário dos anteriores, tem origem em exposições periódicas ao sol, em queimaduras solares antigas, quando mais jovens.

Pode aparecer nas zonas do corpo expostas ao sol e em sinais. Geralmente, surge uma mancha preta na pele ou num sinal já existente. O tratamento é feito com cirurgia ao local. Se for descoberto numa fase inicial aumenta a taxa de cura. Também se não for descoberto logo no início, existe grande probabilidade do cancro se espalhar para outros órgãos (metástases), sendo necessário outros tratamentos como radioterapia e quimioterapia, diminuindo os casos de cura.

Tratamento:

O tratamento é cirúrgico. É retirado o cancro pelo cirurgião e enviado para o laboratório de anatomia patológica, afim de confirmarem se o tumor era benigno ou maligno e se foi retirado todo daquela zona.
Se não houver metástases em outros órgãos e o cirurgião retirou todo o tumor, a percentagem de cura é geralmente de 100%. O médico avalia de forma periódica o doente devido ao risco aumentado de surgir novo melanoma.
Nos cancros com metástases, tem que se recorrer a cirurgia, radioterapia (radiações emitidas por uma máquina em doses elevadas para destruir as células do cancro), quimioterapia (medicamentos em comprimidos ou no soro que destroem as células do cancro) e medicamentos que estimulam o organismo a aumentar a sua imunidade.
Nestes casos a taxa de sucesso é baixa.


Prognóstico:


O fundamental do tratamento do cancro é o diagnóstico precoce. Se o cancro for diagnosticado e tratado na fase inicial o prognóstico é bom, se houver metástases pode provocar a morte em meses ou anos. A profundidade do cancro e as defesas do organismo influenciam na evolução da doença.